Por que esse paradigma existe?
Estreia nessa coluna e o tema não poderia ser outro, entra e sai ano, bitcoin é alvo de
polêmicas, discussões, grandes quedas e altas maiores ainda.
Muitos criticam, alguns surfam a onda, mas afinal quais argumentos compartilho quando falo
de bitcoin?
Por qual motivo inicie ia comprar em 2016 e pouco vendi mesmo com inúmeras altas?
Um pouco da resposta está nas próximas linhas, a principal visão que tive é que o Bitcoin
possibilitou não estar vulnerável ao sistema financeiro. Meu dinheiro, minhas regras.
Mas vamos entender isso a fundo. Falar dos bons tempos quando os países só podiam
imprimir ou cunhar moeda, de acordo com o lastro em ouro que possuíam. O chamado
padrão-ouro era adotado pela maioria dos países até a primeira guerra mundial.
Esse padrão estabelecia uma relação de valor entre a moeda local x ouro, obrigando o país a
ter o número em ouro da moeda fiduciária que desejava colocar em circulação.
A partir do momento que o padrão-ouro foi deixado de lado, o dinheiro no conceito que foi
criado, nunca mais existiu, desde então o que vigora e a impressão de dinheiro de acordo com
a necessidade do ‘establishment’ entre bancos centrais, tesouros e bancos privados.
Para se ter uma ideia do tamanho da ‘mentira’ , James Surowiecki relatou em 2012 que
“apenas cerca de 10% da oferta de moeda dos EUA — cerca de US $ 1 trilhão do total de US $
10 trilhões — existe na forma de papel moeda e moedas.” (O número agora parece estar entre
US $ 1,5 trilhão de dólares e US $ 13,7 trilhões.).
É notório a desvalorização de todas moedas ao longo anos, o USD 1,00 em 1959 hoje vale 12
centavos de dólar. E por qual motivo a bitcoin surge como alternativa a fraude que os bancos
centrais aplicam a economia mundial?
Todos que vivem o dia-a-dia do bitcoin lidam com bancos centrais criticando ou dizendo que
criarão sua própria moeda digital, se os conceitos forem os do bitcoin, ótimo. Caso contrário,
são mais uma digitalização da farsa atual.
Respondendo a pergunta acima, o bitcoin é baseado no consenso, que é basicamente aquilo
que permite a validação das transações e a inclusão de um novo bloco válido na blockchain (já
publiquei nessa revista texto sobre o assunto). Ele nos dá a segurança da existência de cada
bitcoin gerado, bem como sua inviolabilidade, dando validação a cada transação na rede
blockchain por conta dessa verdade absoluta aplicada.
O outro parâmetro que demonstra a segurança do bitcoin x bancos centrais é a descentralização, ou seja, a troca na rede já existe há mais de 10 anos, sem uma invasão, sem um hackeamento e tudo isso sem uma entidade administradora que permite criar novas regras.
Isso demonstra a perfeição do projeto de Satoshi Nakamoto, no auge da crise de 2008
justificou a criação da sua moeda justamente na existente crise do ‘subprime’ , que foi teve
como mãe a bolha de crédito baseada em dinheiro inexistente. Apenas na Europa foram
necessários mais de 2 trilhões de euros para salvar as economias. Obviamente que é uma
conta paga por todos contribuintes.
Todo ecossistema do bitcoin é definido no whitepaper publicado na sua criação; sua emissão é
limitada a 21 milhões de ativos, projetada para terminar em 2140. A rede blockchain , em sua
perfeição a cada dia é adotada por mais empresas, um padrão que revolucionará o mundo, tal
qual a internet.
Infelizmente em poucas linhas não podemos esgotar o tema, que é digno de um livro, mas
compartilho com vocês que gostariam de se aprofundar, algumas fontes e textos.
No Youtube indico o filme “The Biggest Scam In The History Of Mankind – Hidden Secrets of
Money Ep 4”, também o livro “Dinheiro e Magia: Uma Crítica da Economia Moderna à Luz de
Fausto de Goethe”, escrito pelo professor Hans Christoph Binswanger.