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Atleta olímpico campineiro foi descoberto durante Jogos Escolares Municipais

Eduardo Rodrigues dos Santos de Deus Junior, que competiu nos 110 metros com barreiras nas Olimpíadas de Paris, foi aluno de Emef do Jardim das Bandeiras

Quem acompanhou os Jogos Olímpicos de Paris nesta quarta-feira (07/08), pôde conferir a performance de Eduardo Rodrigues dos Santos de Deus Junior, brasileiro que competiu nos 110 metros com barreiras nas Olimpíadas de Paris. O jovem de 28 anos é campineiro e foi campeão dos Jogos Pan-Americanos em Santiago, em 2023. Sua história com o esporte começou na Escola Municipal de Ensino Fundamental (Emef) “Maria de Fátima Faria Área”, no Jardim das Bandeiras, onde foi aluno entre 2006 e 2010, e foi durante uma edição dos Jogos Escolares Municipais (JEM) que seu talento foi descoberto.

France Alencar, professora de Educação Física aposentada em fevereiro da Emef “Maria de Fátima Faria Área”, viu de perto a trajetória de Eduardo começar. Ela conta que em uma prova de atletismo, com revezamento, um dos competidores se machucou e não pôde participar. Eduardo se ofereceu para substituir o colega e quando começou a correr chamou a atenção da plateia. Um olheiro da equipe Orcampi de atletismo estava lá, conversou com France e propôs que Eduardo passasse a treinar. Estava dado o primeiro passo para o futuro do jovem atleta.

A partir daí, France e o treinador se esforçaram para que Eduardo, então um adolescente, se mantivesse no esporte. Inicialmente, ele parecia não acreditar em seu próprio talento e potencial. A conquista dos primeiros prêmios transformou a percepção do jovem, que posteriormente se mudou para São Paulo, mas sem se esquecer de suas raízes. Por diversas vezes ele esteve de novo na mesma escola do Jardim das Bandeiras para visitar e conversar com os novos alunos.

“O JEM (Jogos Escolares Municipais) teve um papel muito importante para isso. Não só o Eduardo, mas vários atletas foram revelados nos jogos. Também tivemos alunos que decidiram se tornar professores de Educação Física. O esporte, além disso, tira os jovens da rua e dá outro ambiente para eles”, afirma France. Ela também destaca que o JEM oferece uma oportunidade para que os alunos conheçam outras modalidades esportivas.

Para o diretor da EMEF, Robson Prychodco, os quadros de troféus da escola mostram que o esporte é tradição por lá. Eduardo é inspiração para os estudantes. “O esporte está tão forte na cultura da escola que até o nosso logo já traz uma rede e uma bola”, conta. A unidade de ensino tem uma parceria com o Centro Esportivo de Alto Rendimento (Cear), equipamento da Prefeitura que fica no Swiss Park.

Vários alunos treinam no Cear no contraturno e seguem sendo acompanhados pela escola. É o caso do Kauan Silva de Lucena, de 15 anos, do 9º ano. Praticante de Marcha Atlética, Kauan começou por acaso e já ganhou campeonatos estaduais, regionais e nacionais. Na programação deste ano estão os Jogos da Juventude e o Campeonato Brasileiro em João Pessoa, na Paraíba. O esporte de Kauan, a Marcha Atlética, está em destaque no cenário nacional após a conquista da primeira medalha olímpica do Brasil na modalidade, a prata de Caio Bonfim, no dia 1º de agosto, em Paris.

Estar no mesmo local em que um atleta olímpico deu seus primeiros passos no esporte é um incentivo para Kauan. “Ver um cara que estudou na mesma escola em que eu estudo e está indo para as Olimpíadas é uma motivação para todos os alunos. Todo mundo sonha em ir para as Olímpiadas, conquistar uma medalha, ter recordes. As mesmas competições que ele (Eduardo) foi eu também desejo ir no futuro”, afirma.

Com seu talento e esforço, Kauan já lida com as expectativas dos familiares, amigos e até do “pessoal do ônibus”, que dizem querer vê-lo nas próximas Olimpíadas. “Eu acho que eu consigo, se treinar, me dedicar. Se Deus quiser, um dia eu vou para as Olimpíadas”, espera.

Olímpico

Eduardo Rodrigues chegou às semifinais dos 110 metros com barreiras nas Olimpíadas de Paris. Na tarde desta quarta-feira (07/08), ele ficou em sexto lugar e encerrou sua participação na competição. Os finalistas foram atletas da Jamaica e dos Estados Unidos.

Para a professora France, haverá muitas novas competições e oportunidades na vida de Eduardo. “Ele foi bem. A ansiedade deve estar a mil e ter deixado ele muito nervoso. Mas foi maravilhoso, fez muito e estou muito orgulhosa dele. Terão outras olimpíadas pela frente”, destaca.

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