Em um momento em que o mundo clama por soluções mais sustentáveis, o agronegócio encontra nos feromônios uma poderosa alternativa para o controle de pragas. Segundo relatório da Global Market Insights, o mercado global de feromônios agrícolas alcançou US$ 4,91 bilhões em 2024 e deverá atingir US$ 17,72 bilhões até 2032, com uma taxa de crescimento anual composta (CAGR) de 17,54%.
Outro levantamento projeta que o segmento chegará a US$ 11,31 bilhões até 2029, crescendo 18,2% ao ano. Os números falam por si: estamos diante de uma revolução silenciosa e altamente estratégica no campo.
Feromônios são compostos químicos naturais que os insetos utilizam para se comunicar, especialmente para atrair parceiros durante o acasalamento. A ciência conseguiu isolar e reproduzir essas substâncias, transformando-as em ferramentas agrícolas eficientes e ecologicamente corretas. Ao serem aplicados nas lavouras, os feromônios desorientam ou atraem as pragas, impedindo que se reproduzam e evitando infestações sem a necessidade de inseticidas tóxicos.
A técnica mais consolidada é a interrupção do acasalamento, que movimentou US$ 2 milhões em 2024 e deve crescer 16,1% ao ano. Trata-se de uma abordagem que consiste na liberação massiva de feromônios sexuais no ambiente, confundindo os machos e impedindo que encontrem as fêmeas. O resultado é a redução drástica da população da praga nas gerações seguintes, sem afetar abelhas, joaninhas ou outros organismos benéficos.
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Essa tecnologia tem se mostrado altamente eficaz em culturas como maçã, tomate, soja e milho, onde pragas como a traça-do-tomateiro (Tuta absoluta) e a lagarta-do-cartucho (Spodoptera frugiperda) causam perdas expressivas à produção. Além de proteger a lavoura, os feromônios reduzem os resíduos químicos nos alimentos, ajudam a conservar a biodiversidade local e atendem à crescente demanda do consumidor por produtos mais saudáveis.
Nos Estados Unidos, o mercado de feromônios agrícolas foi estimado em US$ 990,9 milhões em 2024, com previsão de expansão de 13,9% ao ano, impulsionado por pressões regulatórias e pela agricultura orgânica. A América do Norte lidera o mercado global, com 32,58% de participação, mas países tropicais como o Brasil têm imenso potencial para liderar a próxima onda de inovação, principalmente com o apoio de políticas públicas, crédito rural orientado à sustentabilidade e maior acesso dos produtores a soluções biológicas.