Uma delegação israelense embarca nesta segunda-feira (6) para o Egito, onde se reunirá com representantes dos Estados Unidos, Catar e do próprio Hamas para discutir os detalhes finais de um acordo de cessar-fogo. As tratativas serão conduzidas remotamente pelo Ministro de Assuntos Estratégicos de Israel, Ron Dermer, segundo o gabinete do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu. As informações são da Agência Reuters.
O texto em negociação foi elaborado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que declarou na noite de domingo (5) que as negociações estão avançadas e devem atingir a primeira fase de conclusão ainda nesta semana. Trump também afirmou que continuará monitorando o “conflito secular”, e apelou por celeridade: “O tempo é essencial ou um derramamento de sangue maciço se seguirá“, escreveu em rede social.

Pontos do acordo
A proposta prevê a libertação dos 48 reféns ainda em poder do Hamas — vivos ou mortos — em troca de 250 palestinos condenados e 1.700 detidos atualmente sob custódia de Israel. Outros trechos do plano incluem:
- Desmilitarização da Faixa de Gaza
- Entrada de ajuda humanitária e projetos de reabilitação de infraestrutura
- Criação de um plano de desenvolvimento para reconstrução econômica de Gaza
- Estabelecimento de uma zona econômica especial, com tarifas e taxas preferenciais
- Garantia de segurança regional, com vigilância sobre descumprimentos por facções como o Hamas
A proposta também estabelece a criação de um órgão internacional temporário, batizado de “Conselho da Paz”, para administrar Gaza até que uma nova autoridade governamental seja formada. O colegiado seria liderado por Trump e outros ex-chefes de Estado, incluindo palestinos qualificados, mas sem qualquer participação do Hamas.
Adesão parcial e tratativas pendentes
Na última semana, o Hamas manifestou concordância parcial com os termos, aceitando libertar os reféns e ceder a administração do território a uma instância internacional independente. A organização afirmou, contudo, que ainda precisa discutir pontos adicionais com autoridades de Israel e dos Estados Unidos.
As equipes técnicas de mediação devem voltar a se encontrar no Egito ao longo da semana para formalizar o documento. Autoridades de Washington e Doha acompanham diretamente as tratativas desde o início do conflito, em 7 de outubro de 2023.
O gabinete israelense não confirmou prazos para a finalização do acordo.