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O que muda com a ampliação da isenção do Imposto de Renda aprovada no Senado?

Medida deve beneficiar cerca de 15 milhões de brasileiros e passa a valer em 2026; texto segue para sanção presidencial.
Plenário da Câmara dos deputados (Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado)

O Senado Federal aprovou nesta quarta-feira (5), por unanimidade, o projeto de lei que amplia a faixa de isenção do Imposto de Renda (IR) para contribuintes com rendimentos mensais de até R$ 5 mil — promessa de campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

O texto, que segue agora para sanção presidencial, também estabelece novas regras de tributação para contribuintes de alta renda, em uma tentativa de compensar a renúncia fiscal prevista.

A proposta, aprovada de forma simbólica, repete o cenário visto na Câmara dos Deputados e contou até com o apoio da oposição, que evitou votar contra uma medida de forte apelo popular. O relator no Senado, Renan Calheiros (MDB-AL), manteve integralmente o texto aprovado pelos deputados em outubro, apesar das críticas. Segundo ele, a decisão teve caráter pragmático: “Optamos pelo mal menor para garantir que a isenção fosse sancionada ainda este ano”, afirmou.

Renan chegou a classificar o projeto como portador de “muitas imperfeições e jabutis inseridos para blindar privilegiados”, mas ressaltou que qualquer alteração devolveria a proposta à Câmara, atrasando sua entrada em vigor.

“Seria como devolver a vítima de um sequestro ao cativeiro original”, ironizou. O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), respondeu logo após a aprovação. “O Senado demonstrou maturidade. Mesmo após bravatas e politicagem, reconheceu o trabalho técnico feito na Câmara”, escreveu em suas redes sociais.

Compensação e impacto fiscal

O texto, encaminhado pelo governo em março, define isenção integral do Imposto de Renda para rendimentos até R$ 5 mil e descontos progressivos para quem recebe entre R$ 5 mil e R$ 7.350. Acima desse valor, não haverá redução no imposto devido.

Para equilibrar as contas, o governo instituiu uma alíquota mínima para contribuintes de alta renda, que passa a incidir sobre quem recebe acima de R$ 600 mil por ano (equivalente a R$ 50 mil mensais), chegando a 10% para rendas anuais superiores a R$ 1,2 milhão. Segundo estimativas da Receita Federal, cerca de 141 mil contribuintes se enquadram nesse grupo. Atualmente, eles pagam em média 2,54% de Imposto de Renda, percentual inferior ao de trabalhadores da classe média, como professores e policiais, cuja alíquota efetiva ultrapassa 9%.

De acordo com o governo, a nova faixa de isenção — que entra em vigor em 2026 — deve se tornar uma das principais vitrines de Lula durante a campanha pela reeleição, atingindo aproximadamente 15 milhões de brasileiros.

Senado deve votar isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil
Foto: Jonas Pereira/Agência Senado

Projeto para elevar arrecadação

Parte dos instrumentos de aumento de arrecadação foi retirada da versão aprovada na Câmara. Por isso, Calheiros apresentou novo texto sobre o tema: o PL 5.473/2025, de sua autoria e com relatoria de Eduardo Braga (MDB-AM).

A proposta eleva as alíquotas da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) para determinadas instituições financeiras, incluindo fintechs, bolsas de valores e entidades de liquidação e compensação. O percentual passa de 9% para 15% nesses casos. Já para bancos, financeiras e sociedades de capitalização, a taxa sobe de 15% para 20%. Além disso, o projeto amplia de 12% para 24% a participação governamental na arrecadação líquida das apostas de quota fixa (bets).

“A medida corrige uma distorção tributária e busca mitigar externalidades negativas e custos sociais associados aos jogos”, justificou Braga em parecer.

O texto também cria o Programa de Regularização Tributária para Pessoas Físicas de Baixa Renda (Pert-Baixa Renda), que prevê condições facilitadas para renegociação de dívidas fiscais.

Segundo o relator, a iniciativa “utiliza a estrutura de programas anteriores, mas inova ao escalonar descontos, garantindo benefícios integrais a quem possui renda até R$ 5 mil, em demonstração de justiça social e responsabilidade orçamentária”.


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Autor

  • Iago Yoshimi Seo

    Jornalista formado em junho de 2025, atuando desde 2023 com foco em reportagens de profundidade, gestão de projetos, fotografia e pesquisa. Autor de obra sobre temas sociais e políticos, com análise crítica da democracia e da sociedade.

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