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Cão ‘salsicha’ deve ser proibido? Veja o que considerar na hora de escolher um pet

O que deve ser feito é um controle na criação, selecionando para a reprodução cães morfologicamente saudáveis. O trabalho já é feito por criadores responsáveis

A possibilidade de proibir a criação de cães da raça dachshund, mais conhecidos como “salsichas”, na Alemanha, levantou a questão sobre o bem-estar e a saúde de cães de raça. Muitos dos salsichinhas têm problemas na coluna, por exemplo, por causa dos sucessivos cruzamentos que foram alongando cada vez mais o formato do seu corpo. O projeto de lei teria como objetivo combater práticas consideradas cruéis, que infligem “dor, sofrimento e danos” às gerações futuras de cães, segundo o Ministério da Alimentação e Agricultura alemão. Mas criar dachshunds deve ser proibido? O que é preciso considerar na hora de comprar, adotar e criar seu cachorro?

Para a veterinária Mônica Amaral, presidente do Conselho Cinotécnico da Confederação Brasileira de Cinofilia (CKFC), entidade responsável por estabelecer padrões para a criação de cães no Brasil, o projeto de lei alemão é “abusivo e radical”. Segundo ela, a maior parte dos problemas não vem das raças em si, mas de criação feita de forma incorreta “só pelo comércio, dinheiro, não pensando em melhoramento genético”, ressalta.

A veterinária Monique Rodrigues, proprietária da primeira franquia de consultórios e clínicas veterinárias do Brasil, a Clinicão, também acredita que nenhuma espécie ou raça deve ser proibida, extinta ou perseguida, já que todas cumprem uma função determinada no meio ambiente.

Além dos próprios daschnunds, Mônica cita como exemplos os bulldogs inglês e francês, o shih tzu, o pug, o chow chow e o pastor alemão como raças que tiveram problemas evolutivos por causa de más práticas nas criações.

“O que deve ser feito é um controle na criação, selecionando para a reprodução cães morfologicamente saudáveis. O trabalho já é feito por criadores responsáveis”, explica

No caso dos ‘salsichas’, o maior problema é relacionado à coluna, devido ao comprimento do corpo. Segundo ela, isso poderia ter sido evitado caso houvesse uma seleção de cães não tão longos. de patas excessivamente curtas. “Na origem, eles não eram tão baixos e compridos”, explica.

A busca incessante por cães cada vez menores, ou mais peludos, ou mais compridos, dependendo da característica de cada raça, incentiva cruzamentos prejudiciais à saúde dos animais. Mas não precisa ser assim. Por isso, a veterinária Mônica Amaral acredita que nenhuma raça deve ser proibida, mas defende que haja um controle de criação. Outra saída para o problema é adotar animais sem raça definida, os famosos vira-latas. Ela retira animais das ruas, dando a eles um lar, e evita crias indesejadas, por meio da castração.

Além disso, a pessoa precisa pesquisar muito sobre a raça desejada. Analisar o comportamento e os cuidados específicos é fundamental para garantir uma boa adaptação do animal à casa.

Monique ressalta que deve-se levar em conta o espaço do local onde o pet vai ficar, seu tempo disponível com ele e também se é financeiramente viável, pois algumas raças possuem mais custos financeiros do que as outras.

No caso da adoção, de acordo com a Arca Brasil, é preciso verificar se o animal passou por triagem veterinária, recebeu vacina antirrábica e V-8 e foi vermifugado. Além disso, é essencial realizar a castração do animal.

Tanto para compra, quanto para adoção, os tutores devem garantir: alimentação de qualidade, vacinação e vermifugação em dia, atividades físicas adequadas, sempre respeitando as características e o condicionamento físico do animal, ressalta a veterinária.

(SBTNEWS)

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