Agentes de saúde e voluntários percorreram imóveis de seis bairros de Campinas durante o 11º mutirão municipal de 2024 para prevenção e combate à dengue. A ação para orientar os moradores e eliminar criadouros do mosquito Aedes aegypti, vetor da doença, ocorreu pela manhã nas áreas do Parque Itajaí I, II, III e IV, além do Jardim Lisa e Jardim Liliza.
O ponto de encontro das equipes foi o Centro de Educação Infantil (CEI) Ruy de Almeida Barbosa, no Parque Itajaí.
O prefeito, Dário Saadi, destacou a importância do novo mutirão.
“Estamos no mês de abril, o mais complicado para a dengue, por isso estamos intensificando as ações de prevenção. Estamos na região do Campo Grande, no Itajaí, fazendo um grande mutirão. Entre voluntários, funcionários de empresas terceirizadas e agentes de saúde são mais de 150 pessoas trabalhando, além de maquinário. Um pedido especial. Uma vez por semana, verifique se não há água parada porque pode ter criadouro do mosquito da dengue. Assim a gente vai reduzir a transmissão em Campinas”, destacou.
Já o coordenador do Programa de Arboviroses, Fausto Marinho Neto, reiterou cuidados que devem ser tomados pelos moradores.
“Neste momento, é fundamental que a população apoie o poder público na luta contra o mosquito transmissor da dengue, e faça sua parte na eliminação da água parada. Bastam dez minutos de vistoria, uma vez por semana, para que consigamos impedir o nascimento do Aedes aegypti. A dengue é uma doença que pode ser grave e levar à morte, sendo a batalha contra o mosquito transmissor uma responsabilidade de todos”.
Como foi o mutirão?
A Administração repetiu a estratégia de usar drones para localizar grandes criadouros do Aedes aegypti como piscinas e caixas d’água em imóveis identificados como desocupados ou em situação de abandono.
A melhor forma de prevenção contra a dengue é eliminar qualquer acúmulo de água que possa servir de criadouro, principalmente em latas, pneus, pratos de plantas, lajes e calhas. É importante, ainda, vedar a caixa d’água e manter fechados vasos sanitários inutilizados.
O mutirão foi multisetorial e contou com apoio de profissionais das secretarias de Serviços Públicos, Habitação, Educação, Assistência Social e Trabalho e Renda, além da Guarda, Defesa Civil, Sanasa e Emdec. O balanço das ações deve ser divulgado na segunda, 15.
Estatísticas e emergência
De 1º de janeiro até sexta, 12 de abril, Campinas teve 49.224 casos confirmados de dengue e oito mortes. A cidade está em epidemia, declarou situação de emergência em 7 de março, e a Saúde já divulgou alerta sobre a transmissão da doença em todas as regiões da cidade.
O que já foi feito
Desde dezembro de 2023 a Secretaria de Saúde já colocou em prática uma série de medidas consideradas adicionais, sobre o planejamento regular de prevenção e combate à dengue, que inclusive começaram a ser copiadas por outros municípios diante do contexto do aumento de casos da doença. O plano inclui Sala de Situação para análise sistemática, reorganização da rede municipal de saúde e novo site para divulgar informações.
A Prefeitura já havia realizado neste ano dez mutirões, incluindo um regional, onde visitou pelo menos 41,4 mil imóveis para orientar a população e retirar criadouros do mosquito. Contudo, em cada ação, quase metade dos espaços é achada inacessível pelos agentes por estarem fechados, desocupados ou em virtude de impedimento dos moradores.
Outra novidade é o uso de inteligência artificial para ampliar o monitoramento e assistência em saúde aos pacientes com dengue. Toda pessoa diagnosticada ou com suspeita da doença, após atendimento no SUS Municipal, recebe via WhatsApp mensagem disparada pelo chatbot que auxilia a Pasta a acompanhar as condições do paciente. Caso necessário, é feita nova orientação sobre busca por atendimento.
A Prefeitura criou ainda o Grupo de Resposta Unificada (GRU), que envolve todas as áreas com objetivo de agilizar respostas e fiscalizações sobre as denúncias que tratam de criadouros.
Estatísticas do Departamento de Vigilância em Saúde (Devisa) mostram que 80% dos criadouros do mosquito Aedes aegypti, vetor da doença, estão nas residências. Portanto, o enfrentamento à epidemia exige esforço compartilhado entre Poder Público e população para eliminar qualquer espaço com água que possa ser usado pelo inseto para proliferação.
Comitê de prevenção
A Prefeitura conta com um comitê de prevenção e controle de arboviroses desde 2015, que em 2023 passou a se chamar Comitê Municipal de Enfrentamento das Arboviroses e Zoonoses. Ele reúne 14 secretarias: Governo; Saúde; Educação; Serviços Públicos, Clima, Meio Ambiente e Sustentabilidade; Gestão e Desenvolvimento de Pessoas; Administração; Comunicação; Trabalho e Renda; Esportes e Lazer; Cultura e Turismo; Habitação; Relações Institucionais, e Assistência Social, Pessoa com Deficiência e Direitos Humanos. Também participam Defesa Civil, Serviço 156, Rede Mário Gatti, Setec e Sanasa. No comitê é discutida a situação epidemiológica da cidade e, com isso, são desencadeadas as ações intersetoriais e apoio para as ações da Secretaria de Saúde. Mais informações estão no site: https://dengue.campinas.sp.gov.br