A imagem de uma mulher palestina abraçando o corpo da sobrinha morta em um bombardeio israelense na Faixa de Gaza ganhou o prêmio de fotografia do ano no concurso anual World Press Photo 2024.
Registrada pelo fotojornalista Mohammed Salem, da agência de notícias Reuters, a imagem foi tirada em 17 de outubro, ainda no início do conflito que já dura mais de seis meses e já deixou mais de 33 mil mortos — a maioria mulheres e crianças — e 76 mil feridos.
Na imagem, Inas Abu Maamar, de 36 anos, aparece chorando enquanto segura a sobrinha Saly, de 5 anos, no necrotério do hospital Nasser em Khan Younis, no sul de Gaza. Ela foi morta com outros quatro membros da família, quando um míssil israelense atingiu a sua casa.
Mohammed Salem descreveu a foto, tirada poucos dias após a sua esposa dar à luz, como um “momento poderoso e triste que resume o sentido mais amplo do que acontecia na Faixa de Gaza. ” Ele encontrou Inas agachada no chão, abraçando a criança, no necrotério do Hospital Nasser, onde os moradores estavam indo procurar por parentes desaparecidos. Inas correu para a casa da família quando ouviu que tinha sido atingido, e depois para o local.
Segundo a premiação, o júri ficou “profundamente comovido com a forma como esta imagem evoca um reflexo emocional em todos os espectadores” e suas várias camadas, que vão desde “a perda de uma criança, a luta do povo palestino e as 33 mil pessoas mortas na Palestina”.
Segundo a agência Reuters, o fotógrafo foi informado sobre a premiação, agradeceu o reconhecimento, e enfatizou que não é uma foto que deve ser comemorada, mas aprecia a oportunidade de publicá-la para um público mais amplo.
Esta imagem mostra Inas Abu Maamar (36) embalando o corpo da sua sobrinha Saly (5) que foi morta, juntamente com outros quatro membros da família, quando um míssil israelita atingiu a sua casa, em Khan Younis, Gaza, 17 de outubro de 2023.
O fotógrafo descreve esta foto, tirada poucos dias após a sua esposa dar à luz, como um “momento poderoso e triste que resume o sentido mais amplo do que estava a acontecer na Faixa de Gaza. ” Ele encontrou Inas agachada no chão, abraçando a criança, na morgue do Hospital Nasser, onde os moradores estavam indo procurar por parentes desaparecidos. Inas correu para a casa da família quando ouviu que tinha sido atingido, e depois para a morgue.
O júri ficou profundamente comovido com a forma como esta imagem evoca um reflexo emocional em todos os espectadores. Composto com cuidado e respeito, oferece ao mesmo tempo um vislumbre metafórico e literal de uma perda inimaginável. Situado num ambiente médico geograficamente distante, ressoa globalmente, instando-nos a confrontar a nossa dessensibilização às consequências do conflito humano.
A imagem é de várias camadas, representando a perda de uma criança, a luta do povo palestino e as 33 mil pessoas mortas na Palestina. O júri reconheceu que este fotógrafo foi premiado pelo mesmo assunto há quase uma década, sublinhando a luta contínua pelo reconhecimento de um assunto tão urgente.