“Os fantasmas da Vila Baiana”

Foi pelo idos de 1990 que os primeiros migrantes vindos da Bahia desfizeram as trouxas amarradas em lençóis, e do alto logo se apaixonaram pelo recanto azul da praia das Astúrias, no Guarujá. Não se tem notícia do primeiro a chegar, o que se sabe, é que Pedro chamou Severino, Severino trouxe Chico, Chico casou com Sebastiana, que contou para a prima, e assim o pequeno amontoado de barracos, logo germinou, e veio toda a gente do Nordeste. Povo, atrás de emprego, gente pronta pra trabalhar, e fugir da fome. Assim é que a tradição oral repetida nas vielas e casebres narra a história do lugar.

E podia ser assim por todas as gerações Avô, pai e filho na labuta sem descanso, mas tudo é felicidade, prosa e cachaça. Ao longo dos dias A Vila Baiana de Sergipanos, Alagoanos, Cearense e Paulista é uma Vila assombrada. Os fantasmas da Vila Baiana tiram o sono e paz, não só de uma praia, e sim de um cidade inteira. Nem a ficção seria capaz de imaginar uma história assim.

Os fantasmas da Vila Baiana circulam por toda parte!

Quantos são e quem são os fantasmas da Vila Baiana ?

Ainda pouco, o quase nada se sabe. Até outro dia a criançada corria solta pelas escadarias encharcadas de maresia com pipas na mão. Agora são os homens de farda que vasculham cada recanto. Tudo começou com o desaparecimento do PM Luca Romano Angerami, de 21 anos, é soldado da Polícia Militar e desapareceu há onze dias em Guarujá, como noticiou o Portal VTVNEWS.COM.BR em primeira mão.

Em buscas de pistas a Polícia encontrou um Portal para o desconhecido. Ninguém é ingênuo de sonhar ou crer que num ambiente heterogêneo, como a Vila Baiana não existe crime, nada disso. Só não se imaginava essa falange volitando pelos cantos.

Em um punhado de dias se ouviu mais o barulho da enxada do que da metralhadora, em um punhado de horas corpos recolhidos, mas que já estavam mortos. E as perguntas aumentam na velocidade dos corpos desenterrados, até agora seis !

Um se sabe quem é !

Os outros são pedaços de ossos, um quebra cabeças de peças infinitas. Culpados ou inocentes condenados num tribunal bizarro.

Um recanto migrante transformado num cemitério clandestino ?

O fato é que os fantasmas da Vila Baiana aparecem um pouco a cada dia, e agora esposas, filhos e mães se enchem de esperança para reencontrarem o ente querido, sem julgamento de valor, é só de amor que se fala aqui. Enterrar o que sobrou de uma história.

Agora cabe ao Estado querer descobrir quem são…

No mapa a Vila Baiana é só um recorte de Mata Atlântica com um visão privilegiada do mar.

Que nos próximos dias PM seja encontrado, os corpos sejam identificados e que Vila Baiana reencontre um caminho de Paz.