A Polícia Civil apreendeu 42 veículos na manhã desta quinta-feira (09/05) em uma operação contra a lavagem de dinheiro da venda ilegal de loteamentos em área de proteção ambiental. Foram 35 motos e 7 carros apreendidos no distrito de Campo Grande, em Campinas.
A Delegacia de Investigações Gerais (DIG) de Campinas, investiga o envolvimento de lojas de automóveis de Hortolândia no crime. A operação Terra Nostra é o desdobramento de uma investigação revelada em agosto de 2023, quando 9 pessoas foram identificadas no esquema.
Os carros e motos apreendidos foram encontrados em Hortolândia durante o cumprimento de quatro mandados de busca e apreensão na cidade. As lojas estão localizadas nos bairros Parque São Miguel, Vila Real e Jardim Sumarezinho. E os mandados foram cumpridos em quatro endereços: três lojas e um imóvel, onde os negócios eram administrados.
A investigação apontou que as lojas usavam o dinheiro obtido na venda dos terrenos irregulares em loteamentos clandestinos e a polícia afirmou que os estabelecimentos foram abertos em nomes de “laranjas”.
A Polícia Civil tenta identificar a relação dos bens apreendidos com a venda dos terrenos na área de proteção ambiental. Os veículos foram apreendidos também para ressarcir o poder público.
No ano passado, a Prefeitura de Campinas informou que 18% da região tinha sido devastada e R$23 milhões em multas foram aplicados, nenhuma delas foi paga pelos responsáveis.
A Prefeitura afirma que recebeu uma denúncia em 2021 e no ano seguinte realizou uma operação conjunta na área, com apoio da polícia e da Guarda Municipal, resultando na condução de um corretor de imóveis à delegacia. Um boletim de ocorrência foi registrado e a investigação começou.
Os suspeitos de envolvimento no crime são os antigos proprietários das áreas – particulares, mas que não podem ser loteadas, vendidas ou receber construções –, associações e corretores de imóveis.
A administração municipal aplicou os R$23 milhões em multas a 11 empreendimentos identificados no local. Além disso, foi realizado o embargo preventivo das áreas, de modo a impedir as construções, porém a ordem foi desrespeitada.
Isabela Meletti (Sob supervisão)