O período de chuvas intensas, entre dezembro e abril, terminou em Santos, assim como o Plano Preventivo da Defesa Civil (PPDC) 2023-2024, que garantiu que nenhum episódio fatal fosse registrado nas áreas mais vulneráveis do Município. Mas um amplo trabalho de monitoramento preventivo segue sendo realizado durante todo o ano nestes locais, com o suporte tecnológico do Centro de Controle Operacional (CCO) e de drone, que permitem imagens em tempo real.
Localizado no embasamento do Paço Municipal, o CCO conta com 1.736 câmeras interligadas, sendo que parte delas monitora todas as áreas com risco de alagamentos e avanço da maré, além de possibilitar a visualização de algumas encostas de morros, em meio ao efeito das mudanças climáticas. A Cidade ainda pretende ampliar o número para mais de 1.500 câmeras de monitoramento.
O drone recém-adquirido pelo CCO, com tecnologia de transmissão de imagens on-line (em tempo real), pode ser usado para vistoriar áreas de difícil acesso e ocorrências de grandes sinistros, em meio aos efeitos das mudanças climáticas.
O Centro de Controle Operacional também abriga o serviço de plantão 24h da Defesa Civil. As chamadas dos munícipes para o telefone 199 do órgão são direcionadas à central. “O plantonista checa as primeiras informações e abre o chamado. Em todas as ocorrências, um técnico nosso é deslocado para o local. Dependendo da gravidade, um geólogo e um engenheiro civil também fazem o trabalho de vistoria”, explica o coordenador em exercício da Defesa Civil de Santos, José Carlos Turziani da Silva.
Além da Defesa Civil, o CCO abriga efetivo da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET-Santos), Guarda Civil Municipal (GCM) e das forças de segurança pública (Polícia Militar e Guarda Portuária), em esquema 24h. Também atuam no equipamento servidores da Secretaria de Governo (Segov) e o plantão das emergências urbanas da Secretaria das Prefeituras Regionais (Sepref).
Por meio do videomonitoramento, uma ocorrência pode ser analisada em tempo real por diferentes setores, ao mesmo tempo, direto do CCO – o que proporciona maior agilidade e eficácia no atendimento. “Por exemplo, quando a queda de uma árvore obstrui uma via, os plantonistas da CET e da Sepref visualizam o sinistro pelas câmeras e, se necessário, já podem acionar imediatamente a interdição da via e retirada do vegetal, respectivamente”, explica José Carlos Turziani da Silva.
Outro diferencial é a Sala de Crise, onde as autoridades têm acesso a todas as câmeras do CCO e ao Sistema de Informações Geográficas de Santos (SIGSantos), que possui cerca de 2.500 logradouros mapeados, 44 mil lotes desenhados e 206 mil unidades imobiliárias georreferenciadas (localizadas em mapa digital).
“O nosso CCO se destaca pela integração das diversas agências públicas, o que contribui para a maior eficiência das equipes em atividades diárias e em situações de emergência. Dotado de alta tecnologia, o equipamento é um grande aliado para a definição de ações preventivas e corretivas diante dos efeitos das mudanças climáticas”, explica Fábio Ferraz, secretário municipal de Governo, pasta que faz a gestão do CCO.
A análise das imagens do radar pelo meteorologista com foco nas áreas da Cidade, em conjunto com outras informações, dá suporte à Defesa Civil para emitir alertas à população, caso necessário. Com estes dados obtidos também no CCO, o meteorologista emite diariamente um boletim de previsão meteorológica, norteando ações da Defesa Civil e de outros setores da Prefeitura e orientando o trabalho de campo com o deslocamento das equipes para regiões que podem ser atingidas por eventos potencialmente intensos.
Se a previsão meteorológica e o NPH-Unisanta indicarem, por exemplo, a possibilidade de avanço da maré com risco de alagamentos e ventania, a Defesa Civil faz o alerta interno para o setor responsável pelas comportas dos canais e equipes da Coordenadoria de Paisagismo (Copaisa) para possíveis quedas de árvores. De forma preventiva, todas as equipes – incluindo as de plantão no CCO – ficam a postos para o atendimento de eventuais ocorrências na Cidade.