Pelo menos 35 palestinos foram mortos durante um ataque de Israel em uma área designada para deslocados em Rafah, na Faixa de Gaza, neste domingo (26). O ataque também deixou dezenas de feridos.
Profissionais de saúde palestinos disseram que os ataques aéreos atingiram tendas de ajuda humanitária, que pegaram fogo após as explosões, segundo informações da agência de notícias Associated Press. O Ministério da Saúde de Gaza disse que mulheres e crianças representam a maioria dos mortos e dezenas de feridos.
Os ataques ocorreram dois dias após o Tribunal Internacional de Justiça ter ordenado a Israel que pusesse fim à sua ofensiva militar em Rafah, onde mais de metade da população de Gaza tinha procurado abrigo antes da incursão de Israel no início deste mês. Dezenas de milhares de pessoas permanecem na área enquanto muitas outras fugiram.
O exército de Israel confirmou o ataque e disse que uma instalação do Hamas foi atingida e que dois militantes importantes da organização política morreram. Em nota, disse ainda que estava investigando relatos de que civis foram feridos. O ministro da Defesa, Yoav Gallant, esteve em Rafah no domingo e foi informado sobre o “aprofundamento das operações” no local, disse seu gabinete.
Um porta-voz da Sociedade do Crescente Vermelho Palestino disse que o número de mortos provavelmente aumentará à medida que os esforços de busca e resgate continuarem no bairro de Tal al-Sultan, em Rafah, cerca de dois quilômetros a noroeste do centro da cidade.
A sociedade afirmou que o local foi designado por Israel como uma “área humanitária”. O bairro não está incluído nas áreas que os militares de Israel ordenaram a evacuação no início deste mês.
O Hamas, em comunicado, disse que o plano do tribunal de enviar representantes à Faixa de Gaza é bem-vindo e prometeu cooperar. Com a ordem, caminhões com ajuda humanitária vindos do Egito começaram a entrar na Faixa de Gaza através da passagem de fronteira de Kerem Shalom, controlada por Israel, neste domingo, informou o canal egípcio Al-Qahera News.
Duzentos caminhões seguiram do lado egípcio da passagem de fronteira de Rafah, fechada desde o início de maio, quando Israel tomou o controle do lado palestino do terminal, até a passagem de Kerem Shalom, a uma distância de quatro quilômetros, informou a emissora.
O Egito se recusa a coordenar a entrega de ajuda humanitária por Rafah enquanto o lado palestino for controlado pelas tropas de Israel. Toda a ajuda procedente do Egito é inspecionada pelas autoridades israelenses e distribuída com a coordenação da ONU.
Ainda neste domingo, o grupo terrorista Hamas lançou foguetes contra Tel Aviv, em Israel, fazendo com que as sirenes de alerta fossem acionadas pela primeira vez em quatro meses. As forças militares israelenses afirmam que, no sul de Gaza, na região de Rafah, pelo menos oito foguetes foram disparados e vários foram interceptados.
Guerra entre Israel e Hamas
A guerra entre Israel e o Hamas matou quase 36 mil palestinianos, segundo o Ministério da Saúde de Gaza, que não faz distinção entre civis e combatentes na sua contagem. Israel atribui as mortes de civis ao Hamas porque os militantes operam em áreas residenciais densas.
Cerca de 80% dos 2,3 milhões de habitantes de Gaza fugiram das suas casas, a fome severa é generalizada e as autoridades da ONU dizem que partes do território estão a passar fome.
O Hamas desencadeou a guerra com o seu ataque a Israel, em 9 de outubro, no qual militantes palestinos mataram cerca de 1.200 pessoas, a maioria civis, e fizeram cerca de 250 reféns. O Hamas ainda mantém cerca de 100 reféns e os restos mortais de cerca de 30 pessoas, depois que a maior parte do restante foi libertada durante um cessar-fogo no ano passado.