fbpx
Search
Close this search box.

Brasil pode perder a dianteira da pesquisa agronômica para condições tropicais

Nos últimos meses, Mariangela Hungria, renomada pesquisadora da Embrapa e membro da Academia Brasileira de Ciências, tem alertado sobre a possibilidade de o Brasil perder a liderança em pesquisa agronômica para condições tropicais nos próximos cinco anos. Esta situação contradiz a posição de destaque da agricultura brasileira na balança comercial. A liderança dos institutos de pesquisa e a autoridade de seus pesquisadores refletem-se diretamente na produtividade agrícola, fruto de cinco décadas de trabalho árduo.

O objetivo deste artigo não é politizar o setor agrícola, mas sim refletir sobre um novo ciclo para as próximas décadas. Há um ditado corporativo pertinente para esta discussão: “no parking, no business” (sem estacionamento, sem negócios). No contexto agrícola, sem investimento em pesquisa, não há aumento de produtividade, qualidade do cultivo ou sustentabilidade na cadeia produtiva.

Mariangela Hungria, com sua vasta experiência em bioinsumos, destaca que as consequências dessa falta de investimento são graves, com impactos significativos na produção de alimentos básicos e na segurança alimentar da população, não só no Brasil, mas globalmente.

É essencial avançar em políticas que mantenham o Brasil na vanguarda das soluções científicas, especialmente em um momento em que a insegurança climática global afeta também a segurança alimentar. Um livro recomendado para aprofundar esse conhecimento é “Segurança Alimentar e Nutricional: O Papel da Ciência Brasileira no Combate à Fome”, organizado por Mariangela Hungria. A obra, lançada em abril, reúne 41 autores de 23 instituições científicas brasileiras, oferecendo reflexões sobre o papel das diversas áreas científicas no combate à fome.

📲 Participe dos canais VTV News no WhatsApp

Atualmente, o Brasil é o quarto maior produtor de alimentos do mundo. No entanto, dados da Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional revelam que, em 2021 e 2022, mais de 33 milhões de brasileiros viviam em situação de insegurança alimentar grave. O livro propõe soluções como o investimento em agricultura sustentável e regenerativa, políticas de prevenção de desastres e gestão de riscos climáticos, incentivo aos pequenos agricultores, adoção de políticas de renda mínima e investimento em educação no campo.

Apoio à agricultura familiar: uma necessidade urgente

Quase metade dos alimentos consumidos no Brasil provém da agricultura familiar, que é a que mais necessita de suporte científico. É crucial oferecer suporte técnico e financeiro aos agricultores familiares, cujas necessidades muitas vezes não são atendidas devido ao desmantelamento dos serviços de extensão rural no país. A assistência técnica e o acesso a crédito são fundamentais para que esses agricultores possam adotar as melhores práticas e melhorar sua produção.

Em conclusão, a liderança do Brasil em pesquisa agronômica é essencial para a manutenção da produtividade e qualidade da agricultura nacional. Investimentos contínuos em pesquisa científica e suporte à agricultura familiar são imperativos para garantir a segurança alimentar e manter o Brasil como um dos principais produtores de alimentos do mundo. O alerta de Mariangela Hungria deve ser ouvido e transformado em ações concretas para o futuro do agro brasileiro.

Elcio Ramos é jornalista e trabalha há mais de vinte anos com empresas e associações de classe do agronegócio. É diretor da Haka 360, consultoria especializada em estratégias de marketing e fundador da Newslink Comunicação, empresa especializada em comunicação e relacionamento empresarial.
Mais lidas

Motorista de aplicativo é assaltado em São Vicente; Vídeo

Aluno esfaqueado passa por cirurgia e está em estado grave na UTI, diz boletim médico

Com ampla vantagem, Saulo Pedroso tem 40,7% e deve voltar à Prefeitura de Atibaia

Dário Saadi alcança 61,2% dos votos válidos e deve ser reeleito prefeito de Campinas

Guarujá: Farid lidera com 35,6%, Raphael Vitiello cresce e chega a 22,5%, segundo pesquisa

VEJA TAMBÉM