De acordo com dados do Sebrae, o número de empreendedores cresceu no Brasil. Dos 30 milhões de empreendimentos do país, mais de 10 milhões são de mulheres. Um exemplo disso é a podóloga Sabrina Santana, que começou a empreender há três anos, no auge da pandemia de COVID-19.
O futuro do empreendedorismo é feminino, segundo uma pesquisa realizada em 2022 pela Monitor Global de Empreendedorismo (GEM). Porém, cerca de 75% das mulheres donas de negócios se sentem sobrecarrecagadas com as funções profissionais, domésticas e familiares, como é o caso de Sabrina.
“Acabo passando a maior parte do dia fora de casa trabalhando e cuidado do meu empreendimento, e quando chego em casa tem meu filho, marido e os afazeres domésticos, não é fácil”, desabafou a podóloga. (veja abaixo)
Essa situação é algo comum na vida de muitas mulheres, uma vez que as obrigações domésticas e familiares acabam ficando nas mãos, em sua maioria, da população feminina. Mas isso não impediu que o número de mulheres empreendedoras crescesse no país, de acordo com a consultora de negócios do Sebrae da Baixada Santista, Bianca Marsaioli.
“Esse crescimento começou no pós pandemia, porque o número de demissões de mulheres foi 25% maior do que as de homens nessa mesma época, por isso, muitas empreenderam por necessidade”, explicou Bianca.
49,8% das empreendedoras se declaram negras, mostrando que o empreendedorismo feminino no Brasil é diversificado. Sandra da Silva é trancista há 40 anos, veio de Salvador (BA) para Santos e se tornou pioneira na profissão. “Fui descoberta por um balé afro, que fez apresentações na Europa e em São Paulo, graças a isso meu nome foi reconhecido”, contou a trancista.
No entanto, a consultora de negócios do Sebrae aponta para uma diferença entre as empreendedoras negras e brancas: a formalização do trabalho “Mesmo com o número equilibrado de empreendedoras negras e brancas, é possível perceber que esse número não está equivalente, porque a maioria das mulheres empreendedoras negras não possuem CNPJ”, disse.