Policiais civis do 11º Distrito Policial de Campinas apreenderam materiais de campanha de Pedro Tourinho (PT), candidato a prefeito da cidade, que estavam sendo transportados por um suspeito de lavagem de dinheiro e tráfico de drogas. No carro haviam R$ 255.780,00 em espécie durante a abordagem. Segundo a Polícia, o homem também seria suspeito de envolvimento com uma facção criminosa.
A ação policial foi desencadeada a partir de dados de inteligência que indicavam o transporte de drogas e dinheiro ao município. Embora os entorpecentes não tenham sido encontrados, a quantia em espécie chamou a atenção dos investigadores. O motorista do veículo alegou ser proprietário de uma empresa de eventos e que o dinheiro teria origem em pendências judiciais com a Prefeitura de Itupeva (SP).
Durante a revista no veículo, foram encontradas diversas bandeirinhas relacionadas à campanha política de Pedro Tourinho. O homem admitiu prestar serviços a uma legenda política, mas negou qualquer relação entre os recursos apreendidos e atividades eleitorais.
A Polícia Civil investiga a origem do dinheiro e a possível ligação com o crime organizado. A polícia não descarta que o valor apreendido possa estar relacionado a esquemas de lavagem de dinheiro ou financiamento de campanhas políticas. O suspeito foi levado à delegacia para prestar depoimento e em seguida foi liberado
A empresa do suspeito está registrada no TSE como prestadora de serviços para Pedro Tourinho. A Flavio Jardim Produções recebeu R$160.175,00 para realizar publicidade por carros de som.
A Coligação Mudança de Verdade responsável pela campanha de Tourinho emitiu uma nota:
“A Coligação Mudança de Verdade tomou conhecimento do caso pela imprensa. O representante da empresa Flavio Jardim produtora de eventos é fornecedor da Prefeitura de Campinas e também fornecedor da campanha eleitoral. No que se refere a campanha, tudo devidamente declarado, com emissão de nota fiscal e publicação na prestação de contas junto à Justiça Eleitoral. A própria nota oficial do departamento de polícia, Deinter 2, não faz qualquer relação com campanha partidária ou partido político.”
O caso está sendo investigado pelas autoridades da Polícia Civil de Campinas. Se houver indício de crime eleitoral, o caso será encaminhado para Polícia Federal.
O Delegado Luiz Henrique Joia, do Deinter 2, se posicionou sobre o ocorrido e afirma que o caso ainda está sendo investigado e, portanto, não é possível tirar conclusões sobre a origem do dinheiro e se os atos ilegais foram cometidos.
O advogado de defesa do suspeito, Dr Cardela, afirma que o acusado demonstrará a licitude dos recursos dele e que enviará os documentos que comprovam a legalidade do dinheiro para a polícia.
“O que realmente nos chama um pouco a atenção é a busca pessoal sem suspeita ou indícios da prática de qualquer delito”, disse o advogado.