A maternidade é um chamado para a vida

O início da maternidade é uma grande transição, na qual um tanto daquilo que chamávamos “eu” e “minha vida” se transformam, a ponto de não sabermos mais quem somos, e muito menos o significado de meu.

Nossas antigas referências já não nos orientam como antes – ou simplesmente nos levam para lugares que não queremos mais habitar. Há muitos novos caminhos, obscuros, ninca percorridos, ou ainda por serem criados. E os conhecidos, de repente, são cobertos pelo nevoeiro denso do dessa coisa nova, chamada puerpério.

Mas em meio a tantas transformações e indefinições, há algo muito claro e absoluto na maternidade: o “para sempre”.

Sim. Não importa o que aconteça com seu filho, você será mãe PARA SEMPRE.

Essa realidade irrevogável, junto às incontáveis mudanças que vivemos com a chegada de um bebê, talvez te faça sentir que nunca mais será quem era.

Mas isso não é totalmente verdade! O início da maternidade é um chamado para transformações, sim. Porém, não perdemos tudo, e nem nos perdemos para sempre.

Há um tanto que não fará mais sentido, outro que se dissolverá, e também coisas que vão se encaixar de formas tão diferentes, que até parecerá novidade.

A mãe que está nascendo, e toda a intensidade desse nascimento, te ocuparão quase que completamente por um tempo. Então, vai sobrar menos espaço aí dentro, é verdade.

Mas olha, algumas partes importantes de você estão apenas cedendo lugar para o novo nascer. Afinal, é preciso tempo e espaço para criar, e você está se recriando enquanto cria um filho. É muita coisa acontecendo!

A vida muda. Você muda. Mas aquilo que te torna autêntica não se apaga. As coisas que te fazem ser você – as mais essenciais – estarão ali, escondidas, mas vivas.

Muito do que você acha que perdeu, vai voltar, querida. Planos e desejos realmente importantes ficarão quietinhos, esperando para serem concretizados.

A maternidade não é um decreto de morte.. Pelo contrário, maternar, com todos os seus desafios, é um chamado para a VIDA.

Então, acolha seus lutos, deixe ir o que tem que ir. Mas se mantenha desperta, e o mais importante: não se afaste de si.