Uma nova variante do vírus SARS-CoV-2, denominada XEC, tem chamado a atenção da comunidade científica e das autoridades de saúde em todo o mundo. A linhagem, que pertence à variante Ômicron, já foi detectada em pelo menos 35 países, incluindo o Brasil, onde foi identificada inicialmente nos estados do Rio de Janeiro, São Paulo e Santa Catarina em amostras coletadas em setembro.
A descoberta da XEC no Brasil foi realizada pelo Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) e se deu após um aumento nos casos de Covid-19 na capital fluminense. A vigilância genômica, que ampliou o sequenciamento de genomas do vírus, foi fundamental para identificar a nova variante.
Transmissibilidade e impacto
Estudos preliminares indicam que a XEC pode ser mais transmissível do que outras linhagens, o que explica sua rápida disseminação global. No entanto, o impacto da variante no Brasil ainda está sendo avaliado, pois a memória imunológica da população pode influenciar a severidade da doença.
“Em outros países, a XEC tem mostrado sinais de maior transmissibilidade, mas é importante observar como ela se comportará no Brasil”, explica Paola Resende, pesquisadora do IOC. “O impacto pode não ser o mesmo, já que a população brasileira já enfrentou diferentes variantes ao longo da pandemia.”
Monitoramento e desafios
A Organização Mundial da Saúde (OMS) classificou a XEC como uma variante sob monitoramento, o que significa que ela está sendo acompanhada de perto devido às suas características genéticas e ao seu potencial de disseminação.
No Brasil, o monitoramento da XEC enfrenta desafios como o enfraquecimento da vigilância genômica em alguns estados. A falta de coleta e envio de amostras para sequenciamento impede uma análise completa da situação epidemiológica e dificulta a identificação de novas variantes.
“É crucial que o monitoramento seja mantido de forma homogênea em todo o país”, alerta Paola Resende. “Os dados genômicos são fundamentais para ajustar a composição das vacinas e acompanhar a evolução da pandemia.”
Origem e características
Análises genéticas indicam que a XEC surgiu a partir da recombinação de duas linhagens virais que circulavam anteriormente. Essa recombinação genética, um fenômeno comum em vírus, confere à XEC características únicas e pode contribuir para sua maior transmissibilidade.
O que fazer?
Diante da circulação da nova variante, as medidas de prevenção contra a Covid-19 continuam sendo essenciais. A vacinação, o uso de máscaras em ambientes fechados e a higiene das mãos são as principais formas de se proteger e reduzir a transmissão do vírus.
É importante acompanhar as orientações das autoridades de saúde e buscar informações em fontes confiáveis. A vigilância genômica e o sequenciamento do vírus são ferramentas cruciais para entender a evolução do vírus e tomar decisões estratégicas para o controle da doença.