O Dia Nacional do Biomédico é comemorado nesta quarta-feira (20) para reconhecer e homenagear os profissionais que, por meio do estudo dos organismos, buscam compreender as causas e tratamentos para os mais diversos tipos de doenças. A data celebra a relevância de uma área que contribui diretamente para a saúde e o bem-estar da sociedade.
No mais recente episódio do podcast Tudo Pode, apresentado pela jornalista Marielle Jacon, na terça-feira (19), a VTV SBT recebeu o presidente do Conselho Regional de Biomedicina da 1ª Região (CRBM1) Dr. Dácio Eduardo Leandro Campos.
Cientista biológico e biomédico, Dr. Dácio Campos participou de um bate-papo descontraído sobre a profissão. A conversa trouxe à tona reflexões sobre a história, as especializações e os avanços da biomedicina no Brasil.
Formado em 1973 na primeira turma de Ciências Biológicas – modalidade médica – do Brasil, pela Universidade Barão de Mauá (Uni-Mauá), em Ribeirão Preto (SP), Dácio tem mais de 50 anos de experiência.
Dr. Dácio Campos também é secretário-geral do Conselho Federal de Biomedicina (CFBM), além de atuar como consultor do Ministério da Educação (MEC) e do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI).
Conheça mais sobre a profissão biomédico
O que faz um biomédico?
Dácio explicou que a profissão nasceu para atender às necessidades de ensino nos cursos de Medicina, mas ganhou força rapidamente. “Fomos criados para dar aulas nas disciplinas básicas dos cursos médicos. O curso era intenso, com período integral e aulas de segunda a sábado, e o currículo ia além da pesquisa e docência. Por isso, começamos a disputar habilitações no mercado”, explicou.
Atualmente, o biomédico pode atuar em mais de 30 especializações, desde áreas tradicionais como análises clínicas até segmentos inovadores, como estética. Essencialmente, o biomédico estuda organismos para identificar doenças, desenvolver tratamentos, atuar na pesquisa científica e colaborar em campanhas de saúde pública.
Dácio destacou que a pandemia de Covid-19 colocou os biomédicos em evidência. “Trabalhamos diretamente na descoberta do vírus e na produção das vacinas. Esse momento foi um divisor de águas, mostrando a força da nossa classe. Para quem se interessa por biomedicina, o mercado oferece muitas habilitações promissoras”, pontuou.
Linha de frente na pandemia
A apresentadora Marielle Jacon observou que poucas pessoas sabiam da importância dos biomédicos no combate ao coronavírus. “Vocês ajudaram a paralisar boa parte dos óbitos, com destaque para a produção das vacinas”, comentou.
“Muitos biomédicos integraram equipes médicas e foram essenciais para a campanha de imunização. Essa atuação também ajudou a reforçar a importância da vacinação contra outras doenças, como a paralisia infantil, que infelizmente está ressurgindo devido à desinformação”, alertou Dácio.
Biomedicina estética em ascensão
Entre as habilitações que mais cresceram nos últimos anos, a estética é um dos destaques. Essa área envolve a aplicação de procedimentos avançados, como harmonização facial e tratamentos para rejuvenescimento, sempre com base científica.
Segundo Dácio, a biomedicina estética já ameaça superar nichos tradicionais como análises clínicas. “Foi um grande avanço quando conseguimos regulamentar a habilitação no Conselho Federal de Biomedicina, mesmo enfrentando resistência. Antes disso, muitos biomédicos atuavam sem acesso a materiais e regulamentações adequadas”, relembrou.
O mercado global de procedimentos estéticos alcançou, em 2023, US$ 127,1 bilhões (cerca de R$ 735 bilhões). Isso reforça o potencial de expansão para os biomédicos que desejam investir na área, agora consolidada como uma das principais frentes da profissão.