Após seis dias de de angústia, a cachorra Moana, furtada no último sábado (16), no bairro Caiçara, em Praia Grande, foi localizada.
O reencontro ocorreu após uma investigação na manhã desta sexta-feira (22), mobilizada por uma suspeita inicial da tutora, Maysa Pires, sobre mensagens recebidas afirmando que o animal havia sido encontrado.
Moana, uma Shih Tzu de três anos, havia sido furtada do quintal da casa de Maysa, na Rua João Piedade Gomes. Imagens de câmeras de segurança mostraram o momento em que uma mulher desconhecida retirou a cadela por uma fresta do portão e fugiu com ela no colo, por volta das 22h40.
A tutora conta que os dois filhos pequenos brincavam, na garagem, com a ‘filha de quatro patas’ pouco tempo antes. O sumiço da Shih Tzu não foi notado de imediato e levou cerca de cinco minutos até que descobrissem o que de fato teria acontecido.
“A gente ficou ansioso, mas também nervoso”
Após notar o desaparecimento de Moana, a família iniciou buscas nas ruas, considerando uma ‘fuga acidental’. Contudo, a análise de imagens de monitoramento revelou um furto. O caso foi registrado no 3º Distrito Policial de Praia Grande, e as investigações avançaram com apoio da comunidade.
“A gente sentiu muito [o furto] porque não é como um celular que a gente compra de novo. É uma vida, um sentimento que a gente tem, então, foi bem difícil”, relatou a tutora à VTV, emissora afiliada do SBT na Baixada Santista.
Dias depois, na noite de quinta-feira (21), conforme apurado pela reportagem, Maysa recebeu mensagens dizendo que a pequena Moana tinha sido encontrada no bairro Quietude, a cerca de 8 km do Caiçara. “A gente ficou ansioso, mas também nervoso”.
Alguns detalhes, no entanto, causaram estranheza, como o horário informado e a ausência do endereço em buscas on-line. Desconfiada de um possível golpe, ela procurou o delegado Rodrigo Iotti, do 3º DP, em conjunto com a nossa reportagem, que mobilizou uma equipe para apurar as informações.
Ao chegar ao local indicado, os policiais confirmaram que Moana estava lá. A filha do casal que enviou as mensagens relatou que havia encontrado a cadela caminhando pelo bairro na manhã de domingo (17) e levado para casa.
Operação reencontro
Duda Ferreira, a menina que encontrou Moana, contou que encontrou a cachorra no domingo de manhã, enquanto ia à padaria comprar pão. “Ela tava sozinha na rua, achei que tava perdida. Peguei ela porque minha rua é muito movimentada, passa muito carro, e levei pra casa”, explicou.
A menina percebeu que Moana estava nervosa e assustada. “Ela tava meio tremendo, como se estivesse com medo. Dei ração, cuidei dela, mas dava pra ver que ela tava sentindo falta de alguém”, contou Duda. Ela e sua família acolheram a cadela até conseguirem mais informações.
Leandro Ferreira, pai de Duda, disse que foi através da televisão que perceberam que Moana havia sido furtada. “Minha mãe viu o jornal e mandou o vídeo pra gente. Foi aí que descobrimos que a cachorra tinha uma dona que estava procurando por ela”, contou.
A família não pensou duas vezes em devolver Moana. “A gente só queria que ela voltasse pra quem ela amava. Ficamos felizes de poder ajudar, porque não é fácil perder um bichinho assim”, disse Leandro. Ele ressaltou que cuidar da cachorra foi uma forma de protegê-la enquanto estava longe de casa.
Maysa agradeceu o trabalho das autoridades, o apoio da comunidade e a colaboração da equipe da VTV, que foram essenciais para o desfecho positivo. “Foi um alívio imenso. Moana faz parte da nossa família, e estávamos sentindo muito a falta dela. Sou grata a todos que ajudaram”, declarou Maysa emocionada.
Investigações continuam
O delegado Rodrigo Iotti ressaltou a importância da ação policial para garantir a segurança de Maysa durante o resgate. “Criminosos podem usar casos assim para aplicar golpes, atraindo vítimas para locais perigosos. Por isso, acompanhamos todo o processo para garantir um final feliz”, explicou.
As investigações continuam para identificar a mulher que furtou Moana e entender a participação de outros envolvidos. As imagens mostram que a suspeita estava acompanhada e, segundo o titular do 3º Distrito Policial de Praia Grande, há indícios de que não sejam moradores de Praia Grande. “Tudo indica que estavam de passagem pela cidade”, acrescentou o delegado.
A polícia também busca esclarecer as circunstâncias que levaram ao furto e o paradeiro do grupo envolvido. “Queremos garantir que todos os responsáveis sejam identificados e respondam pelo crime”, afirmou Rodrigo Iotti. O caso está sendo tratado com prioridade.
O furto, registrado no período noturno, pode agravar a pena prevista na legislação brasileira, que varia de um a quatro anos de reclusão, de acordo com o art. 155 do Código Penal.