Sabe, ao virar mãe você será inundada por uma enxurrada de manuais. Ter acesso a tanta informação pode ser um grande apoio para uma maternagem mais consciente.
Por outro lado, há uma chance (muito) grande de que você se perca em meio a tudo isso. Há uma linha tênue entre a informação que dá poder de escolha e a que engessa e traz insegurança.
Pode ser um delicioso afago saber que muitas mulheres se sentem como você. Quem nunca se sentiu acolhida em sua humanidade ao saber que muitas outras mães já se perguntaram: “onde é que fui me meter!?” Quem não sentiu aquela alegria por dentro ao escutar que o bebê da vizinha também já acordou oito vezes em uma única noite?
Mãe, eu sei que escutar as histórias de outras mães, muitas vezes, valida suas condutas e sentimentos a tirando do estado de solidão. Mas, não se esqueça de que as histórias que você escuta apenas compõem a história da SUA maternidade.
Os saberes científicos são comprovados, mas não se esqueça de que você e seu bebê não estão em um experimento. Não há teoria aplicada na maternidade. Só VOCÊ sabe como é estar com seu bebê. É um privilégio ter profissionais acompanhando vocês, mas não se esqueça de que NINGUÉM, nem mesmo um profissional, tem o direito de fazê-la se sentir uma mãe ruim.
Muitas vezes, você será colocada num lugar de não saber e de incompetência, inclusive, por pessoas que te amam. É que muitos acreditam que precisam te ensinar a cuidar do seu bebê. Mas não se esqueça NUNCA que o que importa, verdadeiramente, não se ensina.
Estude e escute sim – pois a humildade e a informação também são importantes na maternidade. Porém, mais importante ainda é que você se conecte emocionalmente ao seu bebê, e que escute o seu coração e a sua intuição. É o seu psiquismo que está em contato profundo com as necessidades do bebê. É você que o carrega o dia todo no colo e sente cada grama que ele ganha antes de pesar no pediatra. É você que conhece o cheiro do cocô, que escuta as diferentes tonalidades dos choros. É você que acompanha cada dobrinha nova que aparece no corpinho-bolota.
Você e seu bebê são únicos. Abrace essa história com todos os seus perrengues e alegrias. Essa história é sua e do seu bebê. E apenas vocês podem escrevê-la.