Foto: Folha de Valinhos
A Serra dos Cocais, em Valinhos, tem demonstrado uma surpreendente capacidade de recuperação após enfrentar os piores incêndios de sua história, registrados entre agosto e setembro de 2024. Câmeras de monitoramento instaladas na região flagraram animais como onça-parda, jaguatirica, gato-do-mato-do-sul, tatu e jacuaçu circulando pela área, evidenciando a diversidade e a resistência da fauna local.
Apesar da resiliência, os incêndios trouxeram sérias preocupações com os animais sobreviventes. Muitos, ao retornarem às áreas de alimentação, correm o risco de se desorientar e invadir espaços urbanos, como rodovias e residências próximas à serra. Para mitigar esses riscos, alimentos foram estrategicamente distribuídos em fragmentos de mata preservada. No entanto, atropelamentos ainda foram registrados, incluindo um gato-do-mato-do-sul e um sauá, que saíram da serra em busca de recursos.
Importância e esforços de preservação
A Serra dos Cocais abrange cerca de 11 mil hectares, sendo 52% localizados em Valinhos, 31% em Itatiba e os 17% restantes divididos entre Vinhedo e Louveira. É um território único, onde a Mata Atlântica e o Cerrado se encontram, com resquícios de vegetação da Caatinga. Além disso, a área conta com 49 cavernas catalogadas e um rico sistema hídrico, incluindo ribeirões que alimentam o rio Atibaia, reforçando seu potencial para o abastecimento de água na região.
Segundo especialistas, a preservação da Serra dos Cocais é essencial não apenas pela biodiversidade, mas também pelos serviços ecossistêmicos que ela oferece. Embora as imagens recentes sejam animadoras, os esforços continuam para ampliar a proteção e minimizar os impactos do incêndio. A expectativa é de que, com monitoramento e ações coordenadas, a fauna local volte a prosperar em equilíbrio com o ecossistema.