O relatório preliminar do Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos) sobre as causas do acidente aéreo que deixou 62 mortos deve ser divulgado no próximo dia 6 setembro pela Força Aérea Brasileira (FAB).
O gravador de voz da cabine do avião ATR-72 da Voepass que caiu em Vinhedo no último dia 9 de agosto registrou conversas do copiloto sobre “dar potência” à aeronave minutos antes da queda, além de gritos na aeronave. As duas horas de transcrição foram feitas pelo laboratório de leitura e análise de dados do Cenipa, que é vinculado à Força Aérea.
De acordo com os investigadores, a análise preliminar dos dados indica que o ATR 72-500 perdeu altitude de forma repentina. A análise do áudio da cabine, sozinha, não é capaz de cravar uma causa para a queda.
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Análise da Polícia Federal
A Polícia Federal começou a analisar os dados de componentes e caixas-pretas do ATR 72-500. O compartilhamento das informações começou com uma reunião entre delegados e peritos da PF e investigadores do Cenipa, em Brasília, nesta segunda (26). No encontro, os dois órgãos alinharam de que modo a investigação conjunta irá seguir.
Ao contrário do Cenipa, que apura as causas para apontar melhorias e evitar futuras tragédias, a investigação da polícia procura saber se existem pessoas que devem ser punidas criminalmente pela tragédia.
Por isso, a PF vai produzir, paralelamente ao relatório final do Cenipa, um Laudo de Sinistro Aeronáutico. Peritos criminais do Instituto Nacional de Criminalística vão acompanhar todos os exames, ensaios e testes realizados no Cenipa, incluindo análise dos destroços, do motor, das caixas pretas e outros.
Segundo a corporação, esse documento é importante já que traz aspectos técnicos e científicos a respeito do acidente aéreo que podem indicar se atuações pessoais contribuíram com o acidente.
Descontaminação
A Voepass iniciou, na última quarta-feira (21), o trabalho de limpeza e descontaminação do local da tragédia.
A companhia confirmou que a retirada dos pertences dos passageiros e tripulantes foi concluída na noite de terça (20) e todo o material foi encaminhado para a sede da empresa aérea em Ribeirão Preto, onde os itens serão separados, higienizados e descontaminados.
De acordo com a Voepass, após o processo de descontaminação, os pertences devem ser devolvidos aos familiares das vítimas.