Na noite desta sexta-feira (6), o Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos) divulgou um relatório preliminar sobre o acidente com o voo 2283 da Voepass, que caiu em Vinhedo, São Paulo, no dia 9 de agosto.
O documento descreve os eventos que ocorreram ao longo do voo, mas ainda não apresenta conclusões sobre as causas ou motivações do acidente, que deixou 58 passageiros e quatro tripulantes mortos.A aeronave, um ATR de matrícula PS-VPB, partiu de Cascavel (PR) com destino ao Aeroporto de Guarulhos (SP).
Durante o voo, o sistema de controle de gelo nas asas foi ativado e desativado quatro vezes, com o primeiro acionamento às 12h15 (horário de Brasília) e o último às 13h20.
Além disso, um equipamento responsável pelo controle da temperatura interna da aeronave estava inoperante, conforme o relatório. Apesar disso, a aeronave havia passado por manutenção regular e estava considerada apta para operar em condições de formação de gelo.
O relatório descreve que o sistema de alerta de gelo da aeronave (Electronic Ice Detector) exibiu sinais de gelo em seis ocasiões diferentes ao longo do voo. Em resposta, a tripulação tentou controlar a situação, ligando e desligando o sistema de degelo.
Às 13h20, o copiloto mencionou a presença de “bastante gelo”, e logo após, um alerta de baixa velocidade foi emitido. Segundos depois, o alarme de stall (perda de sustentação) foi acionado, momento em que a aeronave entrou em um movimento descontrolado e caiu.
Este relatório inicial, contudo, não oferece conclusões sobre as causas do acidente. O Cenipa enfatiza que seu papel é descrever os fatos ocorridos e que o relatório final, que pode trazer mais detalhes e conclusões, não deve ser publicado antes de um ano. O objetivo da investigação não é punitivo, mas sim compreender as circunstâncias para evitar futuros acidentes semelhantes.