Alexandre Nardoni, condenado a 30 anos de prisão pelo assassinato da filha Isabella Nardoni em 2008, obteve permissão da Justiça para passar o Natal, o Réveillon e as férias em uma mansão, em Guarujá.
A juíza Gabriela Marques da Silva Bertoli tomou a decisão na última quinta-feira (5) e atendeu ao pedido da defesa, autorizando Nardoni a acompanhar a viagem dos filhos à casa de praia da família.
Nardoni, que deixou a Penitenciária 2 de Tremembé, na Zona Norte de São Paulo, em maio, cumpre sua pena em regime aberto. Ele fica fora da prisão, mas deve seguir regras estabelecidas pela Justiça.
Regras para a decisão
Uma das regras impõe que Nardoni obtenha autorização judicial para sair da cidade de São Paulo. A defesa, no entanto, pediu permissão para que ele ficasse na mansão entre os dias 23 de dezembro e 3 de fevereiro.
A Justiça aprovou o pedido, mas determinou que Nardoni siga outras restrições do regime aberto, mesmo estando fora da prisão.
Alexandre Nardoni deve permanecer em sua residência entre 20h e 6h e está proibido de frequentar bares, casas de jogos e outros lugares incompatíveis.
A defesa argumentou que o período na casa de praia ajudaria a aproximar Nardoni dos filhos, que cresceram sem a presença dele. Eles afirmaram que esse convívio poderia preencher o “vácuo afetivo” criado pela ausência do pai.
Alexandre Nardoni está em regime aberto
Nardoni foi liberado no dia 6 de maio, após ter a progressão para o regime aberto concedida.
O juiz José Loureiro Sobrinho considerou que ele já havia cumprido o tempo mínimo de pena em regime fechado e semiaberto, conforme exige a lei para crimes hediondos.
Durante o cumprimento, teve que se submeter a várias condições, como comparecer trimestralmente à Vara de Execuções Criminais, obter emprego lícito e não mudar de residência sem comunicação prévia.
A decisão também envolveu a análise da gravidade do crime cometido, a morte de sua filha Isabella, de 5 anos, jogada do sexto andar de um prédio em São Paulo, em 2008.
Embora o Ministério Público (MP) tenha se manifestado contrariamente à progressão, a Justiça considerou que, mesmo com a gravidade, não havia obstáculos legais para a concessão do benefício.
Redução da pena de Alexandre Nardoni
De acordo com a Lei de Execuções Penais, cada três dias de trabalho reduzem um dia da pena, enquanto 12 horas de estudo comprovadas abatem um dia.
Alexandre Nardoni reduziu sua pena em mais de dois anos, realizando oito pedidos de remição ao longo do cumprimento. Em setembro de 2023, ele obteve a eliminação de 96 dias.
A defesa afirmou que ele trabalhou por 277 dias, o que resultou na redução de 92 dias de pena. Além disso, leu o livro “Carta ao Pai”, de Franz Kafka, e eliminou mais quatro dias.
Ao longo do tempo, conseguiu eliminar um total de 894 dias de sua pena. O tempo foi abatido devido ao trabalho e aos estudos realizados dentro da prisão.
Relembre o caso Isabella Nardoni
No dia 29 de março de 2008, Isabella Nardoni, de 5 anos, caiu da janela do sexto andar de um prédio em São Paulo. O caso gerou grande repercussão e a polícia tratou inicialmente como um “possível acidente”.
Isabella sofreu agressões e foi asfixiada antes de ser jogada pela janela, de acordo com investigações. Assim, a polícia classificou a morte como homicídio e implicou tanto o pai quanto a madrasta.
Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá negaram o crime, mas as provas os incriminaram. A justiça condenou ambos por homicídio triplamente qualificado e fraude processual.
O pai recebeu uma sentença de 31 anos e 10 dias de prisão, enquanto a madastra foi condenada a 26 anos e 8 meses.