A Meta, empresa responsável pelo Facebook, Instagram e Threads, anunciou mudanças significativas nas diretrizes de suas plataformas, focando no combate à desinformação e na transparência dos algoritmos. As novas regras, inicialmente implementadas na União Europeia, são uma resposta à Lei de Serviços Digitais (DSA), que exige maior controle e clareza sobre o funcionamento das redes sociais. No Brasil, no entanto, o impacto dessas mudanças ainda é incerto, mas o Ministério Público Federal (MPF) está de olho no assunto.
Mudanças anunciadas pela Meta
As principais alterações trazidas pela Meta incluem:
• Desativação de recomendações baseadas em algoritmos: Usuários poderão desativar os sistemas de inteligência artificial que sugerem conteúdos, priorizando publicações de contas que seguem.
• Transparência em anúncios direcionados: Informações mais detalhadas sobre os critérios usados para exibir anúncios personalizados.
• Personalização de feeds: Novas ferramentas permitirão aos usuários maior controle sobre o conteúdo que aparece em seus feeds, tornando-os mais customizáveis.
Essas novidades prometem mudar significativamente a experiência do usuário, dando mais autonomia e combatendo práticas consideradas problemáticas, como bolhas informacionais e desinformação. Contudo, as mudanças estão, por enquanto, restritas aos países da União Europeia, que contam com regulamentações rigorosas estabelecidas pela DSA.
Posicionamento do Ministério Público Federal sobre as mudanças da Meta
No Brasil, o Ministério Público Federal (MPF) anunciou que abrirá uma investigação para verificar se essas novas regras da Meta serão aplicadas no país. A iniciativa busca entender se as diretrizes da empresa atendem à legislação brasileira, em especial à Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), e garantir que os usuários brasileiros tenham acesso aos mesmos direitos que os europeus.
A procuradora regional dos direitos do cidadão no Distrito Federal, Ana Carolina Roman, está à frente da investigação e destacou que o MPF avaliará possíveis impactos dessas mudanças para o público brasileiro. Entre os pontos que serão analisados estão:
• O impacto das novas ferramentas de controle para o usuário.
• A transparência nos algoritmos de recomendação e anúncios.
• O alinhamento das regras às legislações locais, como a LGPD e o Marco Civil da Internet.
Além disso, o MPF pretende acompanhar como a Meta se posicionará em relação ao combate à desinformação no Brasil, um país frequentemente afetado por campanhas de fake news em períodos eleitorais e crises sociais. Segundo o órgão, é essencial que as plataformas adotem medidas que garantam mais segurança e confiança aos usuários brasileiros.
Se as mudanças forem aplicadas no Brasil, o impacto será significativo tanto para usuários quanto para empresas e criadores de conteúdo. Os novos controles podem redefinir a experiência nas redes, oferecendo maior liberdade na escolha do conteúdo e mais clareza sobre como os algoritmos funcionam. Por outro lado, a ausência de um marco regulatório robusto, como a DSA, pode dificultar a implementação dessas diretrizes no Brasil.