A seca severa na região Norte tem afetado diretamente a navegação interior e comprometido o escoamento de cargas essenciais para a economia do país. O Instituto Brasileiro de Infraestrutura (IBI) e a Frente Parlamentar de Portos e Aeroportos defendem a necessidade de investimentos urgentes em dragagem e concessões para minimizar os impactos das mudanças climáticas.
Segundo o presidente do IBI, Mario Povia, a movimentação de cargas via hidrovias registrou uma queda no último ano, resultado direto da crise climática. “Tivemos um decréscimo na movimentação, muito por conta de questões climáticas. Tivemos problemas na região Norte, no extremo Sul do país. Se não há infraestrutura adequada, o escoamento é prejudicado e os números refletem isso”, explica.
A navegação interior é uma das alternativas mais eficientes e sustentáveis para o transporte de cargas no Brasil. Com menor custo logístico e impacto ambiental reduzido em comparação ao modal rodoviário, as hidrovias poderiam ser a solução para o escoamento de grãos, minérios e combustíveis. No entanto, a falta de investimentos faz com que o setor continue operando abaixo do seu potencial.
Para solucionar esse gargalo, uma das propostas em estudo é o modelo de concessão das hidrovias, permitindo que a iniciativa privada invista na infraestrutura e na manutenção das rotas fluviais. “Estamos falando de investimentos fortes. Tanto na região Norte, quanto no Centro-Oeste e no Sul do país, precisamos consolidar essas hidrovias para garantir um transporte mais eficiente e competitivo”, reforça Povia.
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Além do impacto econômico, o transporte hidroviário também contribui para a redução das emissões de gases do efeito estufa, sendo uma alternativa ambientalmente sustentável para o escoamento de cargas. “Essas hidrovias conversam melhor com a questão ambiental. Temos menos emissões de gases poluentes e, do ponto de vista econômico, fretes mais baratos. Para longas distâncias, a navegação interior é muito mais competitiva”, completa o presidente do IBI.
Com a seca cada vez mais frequente e severa, o país precisa acelerar investimentos e garantir a estrutura necessária para que a navegação interior se torne um modal confiável e eficiente. A Frente Parlamentar de Portos e Aeroportos segue acompanhando o tema e pressionando por soluções definitivas.