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Tarifaço de Trump ameaça exportações brasileiras de suco, carne bovina e etanol, aponta CNA

As exportações de sucos brasileiras do produto podem cair de 1 bilhão para 261 milhões de litros
Trump exibindo a tabela do "tarifaço", China reage: Reprodução / Youtube/White House

A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) avaliou que as novas sobretaxas impostas pelo governo dos Estados Unidos sob o governo Donald Trump, devem impactar diretamente as exportações brasileiras de suco de laranja, carne bovina e etanol. Os três produtos, com forte presença no mercado norte-americano, enfrentam risco imediato de retração.

A medida, adotada pela gestão do presidente Donald Trump, elevou tarifas de importação de diversos itens, atingindo inclusive países aliados, como a União Europeia. A CNA estima que, com a nova alíquota de 15,9% sobre o suco de laranja, as exportações brasileiras do produto podem cair de 1 bilhão para 261 milhões de litros — uma redução de cerca de 743 milhões de litros.


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No etanol, a tarifa subirá de 2,5% para 12,5%, o que deve reduzir a demanda norte-americana por etanol brasileiro de 337 milhões para 296 milhões de litros. A carne bovina congelada, com tarifa elevada de 26,4% para 36,4%, pode ter embarques reduzidos em até 17 mil toneladas, ante as 20 mil exportadas em 2023. No caso do açúcar, o volume exportado pode cair de 73 mil para 45 mil toneladas, com a tarifa saltando de 33% para 43%.

Tabela extraída da nota técnica (Reprodução: CNA)

Suco de laranja ameaçado

A CNA destacou que o Brasil responde por 90% das importações americanas de suco de laranja resfriado e 51% do suco congelado. No etanol, a participação brasileira alcança 75%, e na carne bovina termoprocessada, 63%. A entidade observa que, nesses segmentos, não há margem para substituição por concorrentes, o que agrava o impacto direto sobre a pauta de exportação nacional.

Além dos efeitos imediatos, a CNA vê risco de perda de espaço também em produtos nos quais o Brasil atua como fornecedor complementar. A carne bovina, por exemplo, supre parte da demanda norte-americana, que produz cerca de 12,3 milhões de toneladas, mas consome 13 milhões. 

As alíquotas a serem aplicadas ao Brasil ficaram no patamar base para todos os países, enquanto mercados como a China contarão com alíquotas de 34%, somadas aos 20% impostos em medidas anteriores.”, destacou a nota

Por fim, a entidade ressalta que o impacto será mais severo nos itens com maior sensibilidade ao preço. O aumento das tarifas do governo Trump tende a encarecer os produtos brasileiros no mercado americano, reduzindo competitividade e provocando retração nas vendas externas.


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Autor

  • Iago Yoshimi Seo

    Jornalista de profundidade, autor do livro A Teoria de Tudo Social: Democracia LTDA., ambicioso por política e debates

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