A Fundação Pinacoteca Benedicto Calixto recebe até o dia 25 de maio a exposição “Mai-Britt Wolthers e a Cor Protagonista”, como parte da 3ª edição do projeto “Arte na Pinacoteca”. Com curadoria de Carlos Zibel e Antonio Carlos Cavalcanti Filho, a mostra apresenta uma potente seleção da produção recente da artista dinamarquês-brasileira, que vive entre Santos e a Dinamarca, reunindo obras em pintura, escultura, instalação e vídeo.
O conjunto expositivo se distribui por três núcleos temáticos – Floresta, Divino e Humano –, proporcionando ao visitante um percurso simbólico e sensorial pelas camadas que estruturam a poética da artista.
Mais do que linguagem visual, a cor é protagonista no trabalho de Mai-Britt. Ela conduz a narrativa pictórica e tensiona os planos de composição, promovendo um embate simbólico entre manchas abstratas e seres figurativos. “Cada olhar reinicia a imagem, criando novas cenas – conceito que ganha força nas grandes telas em acrílica e pastel oleoso e nas esculturas com elementos naturais, como gravetos e vagens, inseridos em resina ou cimento”, enfatiza Cavalcanti Filho.
A exposição, que tem entrada gratuita, também convida à reflexão sobre o papel do objeto na arte contemporânea. Ao dialogar com a Arte Povera e propor instalações que unem matéria e memória, Mai-Britt transforma seus trabalhos em dispositivos de pensamento, nos quais a materialidade dos elementos convive com a imaterialidade das ideias. Como símbolo dessa abordagem, destaca-se a instalação com cuias azuis em resina – síntese entre o cotidiano e o enigma.
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“Mai-Britt nos convida a uma imersão onde a cor não apenas preenche o espaço, mas conduz o pensamento. É uma exposição que dialoga com o sensível, o simbólico e o contemporâneo – e que reflete o compromisso da Pinacoteca em democratizar o acesso à arte de qualidade, conectando o público com experiências transformadoras”, destaca Zibel.