O Brasil encerrou o primeiro trimestre de 2025 com a maior saída líquida de dólares já registrada na série histórica iniciada em 1982. De janeiro a março, deixaram o país US$ 15,8 bilhões, superando o volume registrado durante o auge da pandemia de Covid-19, em 2020. Os dados foram divulgados pelo Banco Central nesta semana.
Apenas em março, a saída líquida de dólares chegou a US$ 8,3 bilhões — também o maior valor mensal da série. O recorde anterior para o mês havia ocorrido em março de 2020, com US$ 6,6 bilhões.
No acumulado trimestral, o fluxo negativo foi resultado de saídas de US$ 23,1 bilhões pelo canal financeiro, enquanto o segmento comercial registrou entrada líquida de US$ 7,3 bilhões. O saldo de março seguiu essa tendência: US$ 12,8 bilhões deixaram o país pela via financeira, ao passo que a conta comercial teve superávit de US$ 4,5 bilhões.
Incertezas no comércio global e queda do dólar
O movimento de retirada ocorre em um contexto de instabilidade nos mercados internacionais. No período, cresciam as expectativas em torno da decisão do presidente norte-americano Donald Trump sobre novas tarifas comerciais. O anúncio oficial das medidas, com foco em reciprocidade tarifária, só foi feito em 2 de abril, após semanas de especulação.
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Em forte queda, o dólar opera, até 11h32 desta quinta-feira (3), a R$ 5,61. O movimento é uma resposta após o anúncio das tarifas do presidente Donald Trump. Em contrapartida, o Ibovespa abriu o dia em alta.
Em determinado momento da manhã desta quinta, o dólar chegou a ser negociado a R$ 5,60 para venda e não passou da marca de R$ 5,64. Além do Brasil, todo o planeta tem, neste momento, o dólar operando em baixa. O Financial Times aponta que a situação se dá devido à preocupação de investidores com o impacto de todo o ‘tarifaço’ de Donald Trump que será imposto a todos os países.