A Polícia Civil de São Paulo deflagrou nesta terça-feira (21) a Operação “Beleza em Risco” para investigar práticas ilegais no setor de estética e a comercialização irregular de medicamentos em Piracicaba (SP). A ação, conduzida pela Unidade de Polícia Judiciária (UPJ), resultou na prisão de uma mulher de 42 anos, que atuava sem habilitação e vendia o medicamento Mounjaro (Tirzepatida) — substância de uso controlado, indicada para tratamento de diabetes e controle de peso.
Durante as diligências, os agentes descobriram que a investigada era médica veterinária, mas não possuía registro nem autorização sanitária para exercer atividades na área estética. Segundo a Polícia Civil, em suas redes sociais, ela anunciava serviços como aplicação de toxina botulínica, preenchimentos, bioestimuladores e fios de sustentação (PCL), oferecidos ao público em geral.
Clínica funcionava em bairro de classe média
Com apoio do Instituto Médico Legal de Piracicaba e da Vigilância Sanitária Municipal, a equipe da UPJ cumpriu mandado de busca e apreensão no imóvel que servia de clínica clandestina, localizado em um bairro de classe média próximo à região central. No local, foram apreendidos materiais utilizados em procedimentos estéticos sem registro da Anvisa, insumos de origem estrangeira e instrumentos invasivos sem comprovação de esterilização.
Os policiais encontraram ainda agulhas identificadas com nomes de clientes, o que indica possível reutilização de material, prática considerada de alto risco sanitário. A mulher admitiu informalmente que o espaço funcionava há cerca de um ano, sem CNPJ, alvará ou licença sanitária, atendendo cerca de 20 pessoas por semana, em sua maioria mulheres. Ela confessou também que comercializava e aplicava o Mounjaro em clientes.

Prisão e autuações
A proprietária recebeu voz de prisão em flagrante pelos crimes de:
- Exercício ilegal da medicina (art. 282);
- Contrabando (art. 334‑A);
- Perigo para a vida ou saúde de outrem (art. 132);
- Distribuição de substâncias nocivas (art. 278);
- Exercício ilegal de profissão (art. 47 da Lei de Contravenções Penais).
A Vigilância Sanitária lavrou auto de infração e determinou a interdição total do estabelecimento. A prisão foi ratificada pelo delegado José Donizeti de Melo, responsável pela operação. Após os procedimentos de polícia judiciária, a mulher foi encaminhada à cadeia, onde permanece à disposição da Justiça.
A Polícia Civil reafirmou o compromisso com o cumprimento das leis e a proteção da saúde pública.