A Polícia Civil de Piracicaba instaurou investigação preliminar contra um ex-funcionário do iFood, suspeito de concorrência desleal após seu desligamento da empresa. De acordo com o inquérito, o investigado teria copiado informações sigilosas e estratégicas da companhia — líder no setor de delivery online na América Latina — e repassado parte desse conteúdo a terceiros, antes de assumir posição em uma empresa concorrente de origem asiática.
As apurações foram iniciadas após representantes da própria empresa comparecerem à Unidade de Polícia Judiciária (UPJ) e denunciarem o caso. Segundo a Polícia Civil, o suspeito trabalhava como executivo de contas do Ifood, e atuava no modelo de home office.
Segundo o relato, o ex-colaborador teria transferido milhares de dados de clientes e outros arquivos internos para dispositivos pessoais, criando risco de uso indevido por parte da concorrente estrangeira. A depender da extensão do vazamento, os danos comerciais ao grupo brasileiro podem ser expressivos.

Mandado de busca e apreensão foi cumprido
Com base nos indícios apresentados, o delegado André de França Oliveira, responsável pela investigação, solicitou ao Judiciário a emissão de mandado de busca e apreensão, que foi cumprido nesta quinta-feira.
Durante a operação, realizada em endereços ligados ao ex-funcionário e a um segundo investigado, foram apreendidos computadores, celulares e dispositivos de armazenamento, como pen drives e HDs externos. Segundo a Polícia Civil, o segundo investigado não trabalha em nenhuma das empresas, mas que pode ter tido acesso ao dados sigilosos.
Os materiais foram recolhidos e serão enviados à perícia técnica, que analisará se houve de fato a transferência indevida de dados.
As investigações seguem em andamento para apurar responsabilidades criminais e esclarecer todas as circunstâncias envolvidas. O caso está sendo conduzido como prática de concorrência desleal.
O que diz a empresa?
Em nota, a Ifood informou que o caso tramita em segredo de Justiça, e que a empresa se manifestará somente nos autos:
Nota iFood
O caso tramita em segredo de justiça e o iFood se manifestará somente nos autos por meio do seu escritório, o Feller Advogados. O iFood reforça que repudia qualquer prática de concorrência desleal, incluindo tentativas de espionagem corporativa, e continuará trabalhando para a construção de um ambiente transparente e ético no mercado de delivery, que faça jus à importância que o setor tem para o país e para os brasileiros.