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Casos de câncer colorretal devem aumentar 21% no Brasil até 2040

Dra. Sueli Monterroso Cruz, oncologista da Imuno Santos, alerta sobre prevenção e a importância do rastreamento em estágio inicial
sistema digestivo estomago aakash dhage unsplash

Até 2040, segundo estudo da Fundação do Câncer, divulgado em março deste ano, o Brasil deverá ter um aumento de 21% em casos de câncer colorretal. A projeção levanta um alerta diante do cenário global que mostra que os tumores em pessoas com menos de 50 anos cresceram quase 80% nas últimas três décadas, segundo a revista BMJ Oncology.

Questões como envelhecimento da população, hábitos alimentares inadequados, sedentarismo e ausência de rastreamento para detecção precoce da doença são fatores que podem contribuir com o aumento, de acordo com especialistas.

No mês em que é celebrado o Dia Mundial de Combate ao Câncer (08/04), data que reforça a importância da conscientização e cuidados de prevenção, a discussão ganha ainda mais relevância.

De acordo com a Dra. Sueli Monterroso da Cruz, oncologista clínica da Imuno Santos, o câncer colorretal é uma doença silenciosa que pode permanecer assintomática por anos.

“A alimentação pobre em frutas, vegetais e carnes magras, associada à obesidade, sedentarismo, consumo de álcool, tabagismo e exposição a pesticidas, contribui significativamente para o aumento da incidência desse tipo de câncer”, explica a médica.

Casos de personalidades conhecidas ajudam a lançar o tema na mídia e ampliar o alcance da informação. No Brasil, a cantora Preta Gil foi diagnosticada com um câncer no reto em 2023 e tornou pública sua jornada de tratamento, incentivando o rastreamento precoce.

Sintomas de alerta e diagnóstico

Os sintomas que indicam a presença do câncer colorretal podem começar de maneira simples e, por vezes, serem confundidos com outras doenças. Sinais como presença de sangue nas fezes, dor abdominal constante, mudanças no hábito intestinal, como alternância entre prisão de ventre e diarreia; fezes mais finas do que o normal, perda de peso inexplicável e aumento abdominal sem explicação aparente não devem ser ignorados.

“Esses indicativos merecem atenção, especialmente se forem persistentes. Quanto mais cedo a doença for identificada, maiores as chances de sucesso no tratamento”, reforça a oncologista.

Se houver esses sintomas, é preciso procurar um médico especialista, como um oncologista. Exames como pesquisa de sangue oculto nas fezes, colonoscopia, tomografia computadorizada e ressonância magnética podem auxiliar a detectar sangramentos e lesões pré-cancerígenas que são imperceptíveis e ajudam no diagnóstico inicial.


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A detecção precoce é crucial na luta contra o câncer colorretal. No Brasil, porém, a adesão a exames preventivos ainda é baixa.

“Precisamos incentivar hábitos saudáveis, reduzir o estresse e promover a educação alimentar. Além disso, é fundamental que exames como a colonoscopia a partir dos 40 anos e a pesquisa de sangue oculto nas fezes sejam amplamente acessíveis, pois são métodos eficazes e de baixo custo para rastrear a doença”, destaca a Dra. Sueli.

Para indivíduos com histórico familiar de câncer colorretal – cerca de 9% dos casos, segundo a especialista –, os cuidados devem começar ainda mais cedo. “Nesses casos, recomendamos iniciar o rastreamento precocemente, pois a predisposição genética pode antecipar o surgimento da doença”, ressalta a oncologista.

Cuidados de prevenção

Prevenir o câncer nem sempre é possível, mas adotar um estilo de vida mais saudável pode ser eficaz em alguns casos. A alimentação equilibrada desempenha papel central nestes cuidados. Conforme a Organização Mundial da Saúde (OMS), a recomendação é limitar o consumo de carne vermelha de 300 a 500 gramas por semana, além de evitar carnes processadas, como embutidos.

“Uma dieta rica em frutas, verduras, legumes, fibras e carnes magras, aliada à prática regular de atividade física, ajuda a reduzir significativamente o risco de desenvolver câncer colorretal”, afirma a Dra. Sueli Monterroso da Cruz.

Há outros fatores de proteção, como manter o peso corporal ideal, evitar o consumo excessivo de álcool, não fumar, reduzir o estresse, ter boa qualidade de sono e, como citado acima, realizar exames preventivos.

Além das mudanças individuais, é essencial que os sistemas de saúde adotem estratégias de rastreamento sistemático. “Precisamos de políticas regionalizadas que garantam programas eficientes de detecção precoce e prevenção. O câncer colorretal tem tratamento e pode ser evitado, mas, sem um protocolo nacional, seguimos vendo um aumento preocupante nos casos”, alerta a Dra. Sueli.

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