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COP30: entenda o que é a conferência climática e como será a programação em Belém

Com 286 eventos previstos, Brasil estrutura participação com foco em metas do Acordo de Paris e Plano Clima até 2035.
COP30: entenda o que é a conferência climática e como será a programação em Belém

O Brasil está a menos de uma semana para receber a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), que será realizada em Belém (PA), entre os dias 10 e 21 de novembro de 2025.

Entre críticas e receios — seja em função da localização pouco favorável escolhida pelo governo Lula para realização da COP, quanto pela baixa aderência internacional — fato é que a COP representa a externalização das preocupações humanas quanto às mudanças climáticas. Conforme dito por Roger Revelle e Hans Suess, “os humanos estão realizando um experimento geofísico de larga escala, de um tipo que não poderia ter acontecido no passado”.

Os efeitos da mudança climática são variados, seja pela ação natural, como erupções vulcânicas ou correntes oceânicas, quanto — e especialmente — por causa a ação humana. Desmatamento, queima de combustíveis fósseis, práticas agrícolas, dentre outros fatores, levam a grande quantidade de dióxido de carbono na atmosfera. Essas são algumas das causas que nos jogam no futuro incerto de um planeta quente.

Iniciativas internacionais foram se consolidando ao longo da segunda metade do século XX e inicio de XXI, a fim de impedir, ou pelo menos atrasar, as mudanças climáticas. Uma dessas ações foi a criação da COP, que tomou lugar do Protocolo de Kyoto e “evoluiu” o Acordo de Paris.

Incêndio florestal no Parque Estadual do Itapetinga, em setembro de 2024 (Foto: Ian Iordanu/SIMBiOSE)
Incêndio florestal no Parque Estadual do Itapetinga, em setembro de 2024 (Foto: Ian Iordanu/SIMBiOSE)

Instrumentos internacionais

Adotado em 1997, o Protocolo de Kyoto impôs metas específicas de redução de gases de efeito estufa a países desenvolvidos. Já o Acordo de Paris, firmado em 2015, estabeleceu como metas conter o aquecimento global abaixo de 2°C, reforçar a resiliência dos países e alinhar o financiamento climático aos objetivos de mitigação e adaptação. Desde então, os países signatários devem apresentar periodicamente suas NDCs, respeitando suas realidades internas e soberanias.

As decisões tomadas nas conferências são respaldadas pelo trabalho do Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima (IPCC), composto por 195 países membros, incluindo o Brasil. O órgão emite relatórios com base em evidências científicas sobre o clima, seus impactos e possíveis soluções. Esses documentos são elaborados por três Grupos de Trabalho, que tratam respectivamente da ciência física, dos impactos e vulnerabilidades, e das estratégias de mitigação. Há ainda uma Força-Tarefa de Inventários, que padroniza métodos de medição de emissões nacionais.

O glossário técnico do IPCC, disponível em inglês, reúne os termos centrais usados nos relatórios e serve de referência para compreender os debates conduzidos durante as cúpulas (leia o glossário na íntegra).

O que é a COP?

Já a COP — sigla para Conferência das Partes — é o principal órgão deliberativo da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC), instrumento que rege as negociações internacionais de combate à crise climática. Composta por 198 países, a conferência ocorre anualmente e reúne também os órgãos auxiliares do sistema: CMP (Protocolo de Quioto), CMA (Acordo de Paris), SBI (Órgão Subsidiário de Implementação) e SBSTA (Aconselhamento Científico e Tecnológico).

Ao todo, estão previstos 286 eventos nos Pavilhões Brasil, divididos em quatro auditórios distribuídos entre as Zonas Azul e Verde, principais áreas temáticas da conferência. Os encontros ocorrerão entre 10h e 19h, com limite de 60 minutos por painel.

A agenda brasileira, divulgada pelo Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) em conjunto com a Casa Civil da Presidência da República, está estruturada para receber representantes da comunidade nacional e internacional, e terá como eixos centrais a implementação das Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs), os 30 objetivos estratégicos da Agenda de Ação e o Plano Clima, que norteará as ações do país no combate às mudanças climáticas até 2035 (confira a programação completa).

Zonas temáticas e foco dos debates

Na Zona Azul, os eventos darão ênfase à cooperação internacional e à execução dos compromissos firmados pelo Brasil no Acordo de Paris, especialmente no que tange à redução de emissões e à adaptação climática. Já a Zona Verde concentrará discussões sobre o contexto interno, incluindo mecanismos de financiamento, políticas públicas e instrumentos regulatórios relacionados ao Plano Clima.

Aumento nos números de queimadas são uma grande preocupação, ocasionadas especialmente por fatores humanos
O aumento nos números de queimadas são uma grande preocupação, ocasionadas especialmente por fatores humanos (Foto: Arquivo Pessoal)

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Autor

  • Iago Yoshimi Seo

    Jornalista formado em junho de 2025, atuando desde 2023 com foco em reportagens de profundidade, gestão de projetos, fotografia e pesquisa. Autor de obra sobre temas sociais e políticos, com análise crítica da democracia e da sociedade.

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