Campinas universaliza serviços de saneamento 10 anos antes do previsto

Iniciativas de segurança hidríca e tratamento de esgoto contribuíram para resultado
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Campinas alcançou, em 2023, a universalização dos serviços de saneamento, um feito marcante realizado dez anos antes do prazo estipulado pelo Novo Marco Legal do Saneamento. A cidade superou as metas nacionais de 99% de água tratada e 90% de coleta e tratamento de esgoto, e estabeleceu um novo padrão de eficiência na Sociedade de Abastecimento de Água e Saneamento (SANASA).

Com 99,95% da população urbana atendida com água tratada, 97,10% de coleta de esgoto e 94% do esgoto tratado, Campinas figura em primeiro lugar no ranking do Instituto Trata Brasil entre as cidades com mais de 500 mil habitantes.

Localizada em uma região de escassez hídrica, com apenas 951 m³ de água por habitante/ano — muito abaixo da média nacional de 35 mil m³ — Campinas enfrentou desafios. Ainda assim, a cidade conseguiu reduzir drasticamente as perdas de água na distribuição para 18,02%, um dos índices mais baixos do país, comparável a países como Reino Unido e Portugal.

“A universalização do saneamento não é só sobre infraestrutura, é sobre saúde pública”, afirma Alessandro Tetzner, gerente de gestão de qualidade da unidade, à VTV, afiliada do SBT na Baixada Santista.

Modernização da SANASA busca “preservar recursos hídricos”

O Plano Campinas 2030 foi essencial para alcançar esses resultados. Ele reúne iniciativas que aumentam a segurança hídrica, reduzem perdas de água, expandem o tratamento de esgoto e desenvolvem o mercado de água de reuso. O plano também prevê a busca por novas fontes de abastecimento para mitigar riscos.

Entre 2021 e 2024, Campinas aumentou sua capacidade de armazenamento de água com 20 novos reservatórios, elevando o volume disponível de 142 milhões para 196 milhões de litros. O que garante o abastecimento por até 20 horas em caso de emergências, como quedas de energia ou desastres ambientais.

O Programa de Redução de Perdas, iniciado em 1994, ganhou novo fôlego nos últimos quatro anos, com a substituição de 473 km de redes antigas de água, superando os 450 km trocados nos 27 anos anteriores. Essa modernização é essencial para preservar recursos hídricos e evitar desperdícios.

Uso sustentável da água é ampliado em Campinas

Graças a essa iniciativa, Campinas reduziu a captação de água dos rios mesmo com o aumento populacional. Em 1994, a cidade captava 116 bilhões de litros de água para atender 800 mil habitantes; em 2024, atende 1,2 milhão de pessoas com 107 bilhões de litros captados. Sem o programa, seriam necessários 163 bilhões de litros.

Nos últimos 30 anos, a cidade deixou de retirar 669 bilhões de litros de água dos rios, o suficiente para abastecer uma cidade como Limeira por 44 anos. Já no tratamento de esgoto, Campinas avança com duas Estações de Produção de Água de Reuso (EPAR) em operação e uma terceira prevista para 2027.

O sistema atual inclui a EPAR Capivari II, com vazão de 320 litros por segundo, e a EPAR Boa Vista, com 180 litros por segundo. A Estação de Tratamento de Esgoto Anhumas, que será convertida em EPAR, terá uma vazão de 1.115 litros por segundo, consolidando o programa de água de reuso.


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Metas atingidas, qualidade e segurança no saneamento são reforçados

Para garantir novas fontes de abastecimento, a cidade está implementando o Sistema Produtor Campinas-Jaguari. Este sistema diversificará o suprimento de água, reduzindo a dependência do Rio Atibaia, atualmente responsável por 100% da água consumida em Campinas.

“Quando falamos em saneamento, estamos trazendo saúde diretamente para a população. Isso exige que as companhias tratem a água da melhor forma, utilizando os insumos necessários, e garantam o afastamento do esgoto para evitar que ele corra a céu aberto, o que pode veicular doenças”, finaliza Tetzner.

O novo sistema inclui a construção de uma barragem para captar água da Represa de Pedreira, com capacidade de 2 mil litros por segundo. Essa água será tratada e distribuída por uma rede moderna, reforçando, assim, a segurança hídrica e a qualidade do abastecimento.

O Novo Marco Legal do Saneamento, sancionado em 2020 pela Lei nº 14.026, atualizou a legislação de 2007. Entre as metas, destaca-se a universalização: até 2033, 99% da população deve ter água potável, e 90% deve contar com coleta e tratamento de esgoto, com possibilidade de extensão até 2040.

A lei incentiva a regionalização da gestão do saneamento básico, promovendo a criação de novas instâncias de governança e a uniformização de normas pela Agência Nacional de Águas (ANA). Além disso, busca ampliar a concorrência no setor ao extinguir contratos antigos e exigir comprovação de capacidade financeira para atingir as metas propostas.

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