A China anunciou, nesta sexta-feira (11), que aumentará de 84% para 125% as tarifas aplicadas a produtos norte-americanos, em resposta ao ‘tarifaço’ de Trump. Medida passa a valer a partir deste sábado (12).
A decisão intensifica a guerra comercial entre Pequim e Washington, apesar da recente suspensão temporária de tarifas retaliatórias aplicadas a outros países pelos Estados Unidos. As novas tarifas surgem em resposta direta às ações do presidente dos EUA, Donald Trump, que voltou a aumentar as cobranças sobre produtos chineses. Com o acréscimo de 20% anunciado entre fevereiro e março e a nova elevação desta semana, os encargos impostos por Washington a Pequim somam agora 145%.
A China, ao confirmar as contramedidas, afirmou que não realizará novos aumentos, mesmo que os Estados Unidos voltem a subir as tarifas. Em nota, a Comissão Tarifária do governo chinês argumentou que, com os atuais percentuais, os produtos norte-americanos já não possuem mais competitividade no mercado local.
Em comunicado, o Ministério das Finanças da China classificou as ações de Trump como “assédio econômico” e disse que o aumento extraordinário das tarifas se tornou um “jogo de números” sem validade econômica, passível de virar “piada na história da economia mundial”. A pasta também afirmou que, caso os EUA sigam ampliando os danos aos interesses chineses, o país revidará “com determinação”.
Além disso, o Ministério do Comércio da China anunciou que entrará com uma nova queixa na Organização Mundial do Comércio (OMC) contra os Estados Unidos.
Continua após a publicidade
Medidas paralelas e riscos globais
Na última semana, Pequim suspendeu as importações de sorgo, aves e farinha de ossos de empresas dos EUA, além de impor novos controles sobre a exportação de minerais estratégicos, fundamentais para setores tecnológicos. A China também incluiu dezenas de companhias norte-americanas em listas que restringem o comércio de bens de uso duplo.
Especialistas alertam que a intensificação do conflito entre China e governo Trump pode comprometer a estabilidade global. A diretora-geral da OMC, Ngozi Okonjo-Iweala, declarou que uma guerra comercial prolongada entre os dois países tende a “prejudicar gravemente as perspectivas econômicas globais”.