Foto: Prefeitura de Guarujá
A Prefeitura de Guarujá, a empresa concessionária de transporte público City e o Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários (STTRSR) chegaram a um acordo para encerrar a paralisação parcial dos funcionários nesta quinta (30). O depósito da parcela municipal, de R$ 600 mil, foi efetuado no final da tarde.
De acordo com a administração municipal, a folha de pagamento de janeiro, no valor de R$ 1,2 milhão, será dividida igualmente entre a Prefeitura e a empresa. O prefeito Farid Madi (Podemos) destacou que a nova gestão está comprometida em garantir transporte público de qualidade e a correta aplicação dos recursos.
Segundo ele, a greve teve impacto mínimo na população e o diálogo sempre esteve aberto. “Pagaremos apenas aquilo que for justo, correto e dentro da lei”, afirmou o chefe do Executivo. O Grupo Técnico de Trabalho tem até 8 de março para concluir o relatório final sobre o contrato vigente.
Em nota, a Prefeitura também informou que segue analisando inconsistências encontradas nos dados fornecidos pela City Transporte Urbano Intermodal Ltda. “As informações financeiras, administrativas e operacionais estão sob revisão para garantir maior transparência e eficiência”.
Relembre a greve dos funcionários da City em Guarujá
A greve, que teve inicio na madrugada da última terça-feira (28), foi motivada por atrasos no pagamento de salários dos trabalhadores, de acordo com o vice-presidente do Sindicato dos Trabalhadores, José Alberto Torres Simões, o Betinho. A ação foi aderida por 750 funcionários e impactou cerca de 75 mil passageiros.
“Antes da audiência na sexta-feira, a empresa depositou o vale-refeição dos trabalhadores e pagou só parte do adiantamento de 20 de janeiro. Ela deveria ter pago 40% do salário, mas pagou apenas 20%, ficando devendo a outra metade. Por isso, a greve continuou”, disse Betinho ao VTV News.
A City informou que entrou com uma ação de dissídio coletivo de greve, no Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região (TRT-2), que concedeu liminar, estabelecendo que a frota opere com 80% da capacidade nos horários de pico, das 7h às 10h e das 17h às 19h, e 60% nos demais períodos.
A empresa volta a operar, normalmente, as 40 linhas de ônibus municipais, com frota de aproximadamente 150 veículos. A informação foi confirmada à reportagem pelo vice-presidente do sindicato na noite desta quinta-feira.
Contraponto
A Prefeitura de Guarujá questionou uma liminar da Justiça Trabalhista, alegando que uma decisão anterior da Justiça Comum, datada de 20 de janeiro, deveria prevalecer no caso. A alegação se refere a uma dívida de R$ 50 milhões da Prefeitura com a empresa, envolvida em uma disputa judicial.
O juiz da Vara da Fazenda Pública, Cândido Alexandre Munhóz Pérez, determinou que a empresa mantivesse 100% da frota em circulação, sob pena de multa diária de R$ 500 mil.
A Prefeitura, por meio da Advocacia Geral do Município (AGM), entrou com petições nas Justiças Comum e Trabalhista. O objetivo era garantir o cumprimento da liminar da Justiça Comum e questionar a ausência de citação da decisão anterior no dissídio de greve da Justiça Trabalhista.
Ônibus pegou fogo em Guarujá
Um ônibus da concessionária Ultra – que divide garagem com coletivos da City – foi incendiado em Guarujá após um ataque de dois homens em motocicleta. O caso aconteceu no cruzamento da alameda das Violetas com a Rua das Magnólias, no Jardim Primavera, nesta madrugada.
Segundo uma testemunha, os criminosos, com bolsas de entregador de delivery, abordaram o motorista do ônibus na porta e ordenaram que ele descesse. “A gente presenciou tudo. Eles disseram que não tinha nada a ver com [o motorista], mandaram ele sair e, depois, colocaram fogo no veículo”, relatou.
O Corpo de Bombeiros foi acionado às 1h43 e conseguiu controlar as chamas rapidamente. Não houve vítimas no incidente, e o local foi deixado sob a responsabilidade da Polícia Militar (PM) para demais providências. O caso foi registrado na Delegacia de Polícia de Guarujá.
Paralisação
Pela manhã, motoristas das empresas City e Ultra decidiram, em reunião na garagem, que não realizariam os trajetos com os ônibus municipais devido a questões de segurança. A paralisação temporária pegou de surpresa passageiros que aguardavam pelo transporte.
José Alberto Torres Simões, o Betinho, vice-presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários de Santos e Região (STTRSR), explicou que, ao invés de iniciar as atividades às 4h da manhã, os motoristas só saíram três horas depois.
“Os trabalhadores exigiram a presença da Polícia Militar e da Guarda Municipal para poder garantir a segurança e a integridade física”, disse ao VTV News.
A City Transporte foi procurada, mas, até o momento de publicação da matéria, não retornou o contato.