Após toda a polêmica em torno da camisa vermelha da Seleção Brasileira, que deve ser usada como uniforme dois durante a Copa do Mundo de 2026, nos Estados Unidos, o VTV News decidiu relembrar as camisas que a equipe do Brasil já utilizou ao longo de quase 100 anos de Copas, a competição esportiva mais assistida em todo o planeta.
Estreia foi com manto branco

Nas Copas do Mundo de 1930, no Uruguai, e 1934, na Itália, os jogadores do Brasil deram seus primeiros passos rumo à supremacia no futebol mundial ao usar um uniforme composto por camisas brancas com a cor azul nas golas e mangas. Já os calções eram azuis para combinar justamente com estes detalhes.
Em 1938 o Brasil também chegou a utilizar um uniforme que era completamente azul, principal mudança do ‘kit’ tupiniquim.
Maracanazo levou ao fim do branco
Com a sua primeira Copa do Mundo jogada em casa, o Brasil apostou no retorno às origens. Voltava, portanto, a camisa branca com detalhes azuis, mas, desta vez, com um escudo maior da então Confederação Brasileira de Desportos, a CBD, que deu origem à Confederação Brasileira de Futebol (CBF).
O trauma com a derrota para o Uruguai foi tamanho que o uniforme inteiramente branco foi abandonado e, na Copa seguinte, em 1954, na Suíça, o Brasil inovou e entrou em campo, pela primeira vez, com o uniforme amarelo com detalhes verdes.

A estreia da Seleção Canarinha não foi das melhores e a equipe acabou derrotada pela Hungria de Puskas nas quartas-de-final, mas o auge estava logo na esquina seguinte.
O Brasil pinta o mundo de amarelo e azul
Com Pelé, Vavá, Didi, Zagallo e companhia limitada, o Brasil teve uma trajetória absolutamente empolgante e bateu adversário atrás de adversário enquanto trajava verde e amarelo, mas, antes do apagar das luzes, tivemos uma enorme curiosidade.
Antes da final, contra a Suécia, que também trajava amarelo, o Brasil precisou achar uma alternativa e decidiu vestir azul. Deu sorte: Seleção Brasileira campeã do Mundo pela primeira vez.

Mantendo o amuleto para 1962, o uniforme brasileiro ganhou apenas alguns poucos novos detalhes como mangas longas e golas diferenciadas. O ‘novo’ traje deu sorte: Brasil bicampeão. Já para 1966 a CBD voltou a apostar no mesmo uniforme de 1958, mas a estratégia de repetir o uniforme igual não deu certo e o Brasil saiu derrotado da Inglaterra.
O maior time da Terra
Foi com o maior esquadrão que o mundo viu que o Brasil vestiu a camisa então mais próxima daquela que conhecemos hoje em dia. O escudo da CBD era menor, bem parecido com aquele usado nos ‘kits’ atuais da Seleção com o escudo da CBF. Já a gola era mais arredondada e caiu tão bem nos jogadores que o Tricampeonato veio com atuações avassaladoras.
Foi apenas em 1974, na Alemanha Ocidental, que o Brasil começou a mostrar no peito as três estrelas representando as Copas do Mundo. Apesar disso, poucas mudanças no uniforme, que manteve o padrão de 1970, com exceção do uniforme reserva, que era todo azul, mas com detalhes brancos.

Em 1978 a camisa brasileira passou a contar com as listras da Adidas, então fornecedora de material da equipe, mas não teve muitas mudanças mais significativas. Em 1982 a Seleção Brasileira finalmente começou a usar o logo da CBF, que substituía a CBD.
Já nas Copas seguintes, primeiro em 1986, o Brasil passou a estampar o logo da Topper na parte de frente das camisas, mudança esta, a qual, permaneceu em 1990.
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Romário traz o Tetra
Dando fim às camisas de algodão, a Seleção Brasileira começou a usar um uniforme de poliéster da Umbro e a camisa apresentava marcas d’água com o escudo da CBF. Dito isso, ninguém pareceu ligar muito para o novo ‘look’, uma vez que o futebol espetacular do baixinho Romário chamou muito mais atenção e o Brasil trouxe a Copa do Mundo para casa pela 4ª vez.
Neste dia, em 1994, a #SeleçãoBrasileira conquistava o tetracampeonato da Copa do Mundo. Há 27 anos, em disputa de pênaltis contra a Itália, o Brasil fez história e trouxe o troféu para casa 🏆
— CBF Futebol (@CBF_Futebol) July 17, 2021
📸Wilson de Carvalho/Acervo CBF pic.twitter.com/c9PSIzkRjx
Em 1998, o Brasil passou a vestir uma de suas camisas mais emblemáticas. Com listras longas e verdes pelos braços, calções azuis e meias brancas, o Brasil passou a estampar a Nike do lado direito do peito e mostrava, com orgulho, as 4 estrelas do lado esquerdo. Com um escudo menor e gola redonda, a seleção canarinha bateu na trave e perdeu a final para a França.
O Penta veio
Para 2002, no Japão e na Coreia, o Brasil ganhou da Nike um design diferenciado com triângulos verdes ao longo do uniforme e listas grossas e verdes que iam do ombro às mangas. Com um escudo da CBF menor, o talento da equipe de Ronaldo, Rivaldo, Ronaldinho e mais uma galera inesquecível trouxe o 5º título para o Brasil novamente.
Em 2006, o Brasil passou a contar com uma gola aberta à frente do pescoço e menos detalhes verdes ao longo da camisa, com exceção das mangas. O estilo permaneceu quase inalterado em 2010, quando o verde era visto apenas na gola e em uma fina lista do ombro às mangas.
Os bastidores do PENTA! Aquela #SeleçãoBrasileira formou uma família em 2002 e o resultado foi a taça. Os laços que foram criados são para sempre! 🏆⚽️🇧🇷
— CBF Futebol (@CBF_Futebol) June 30, 2022
Fotos: Acervo CBF pic.twitter.com/bU2qgKgKJK
Já para 2014, o uniforme voltou a contar com uma gola com um verde acentuado e que ‘descia’ alguns centímetros abaixo do centro do peito. O design simples se manteve para 2018, quando o Brasil teve ainda ‘menos verde’ no uniforme, aparecendo apenas no número, no logo da Nike e de maneira discreta na gola.
Finalizando a lista, em 2022, o Brasil apostou em uma exótica estampa de onça-pintada. Apesar de ser menos visível à distância na camisa amarela, o uniforme em azul tinha o efeito mais acentuado com mangas verdes.
2026 vem aí

E ao que tudo indica, a Seleção Brasileira poderá fazer a mudança mais drástica de sua história com o uniforme que será usado na Copa dividida entre Estados Unidos, México e Canadá.
Com um uniforme 2 na cor vermelha feito pela Jordan, o Brasil poderá relembrar os tempos antigos, quando, em determinada ocasião, nos anos 30, usou a camisa vermelha do Independiente para atuar contra outras seleções sul-americanas.