Explosões atingiram Tel Aviv, Jerusalém e outras cidades israelenses na noite desta sexta-feira (13), após o lançamento de centenas de mísseis pelo Irã, em resposta ao que Teerã classificou como o maior ataque já promovido por Israel em solo iraniano. As informações são da Agência Reuters.
Os bombardeios, que incluíram alvos nucleares subterrâneos em Natanz e Isfahan, deram início à chamada “Operação Leão em Ascensão”, segundo o governo de Benjamin Netanyahu. Em resposta, o Irã diz que lançará uma 3ª onda de ataques contra Israel, e prometeu “vingança por ofensiva”.
Entre os alvos atingidos por Israel estão centros de comando militar, instalações de lançamento de drones e bases de defesa aérea. A ofensiva resultou na morte de, ao menos, 20 comandantes iranianos de alto escalão e seis cientistas nucleares, segundo fontes regionais. Entre os mortos estão o chefe do Estado-Maior das Forças Armadas, Mohammad Bagheri, e o comandante da Guarda Revolucionária, Hossein Salami.

Retaliação e mobilização de forças
Como retaliação, o Irã lançou uma série de mísseis balísticos contra o território israelense. Embora as sirenes tenham soado em diversas cidades, incluindo Tel Aviv e Jerusalém, até o momento não há relatos oficiais de vítimas fatais.
Israel afirma que drones também foram lançados, mas o Irã nega. Em Hebron, um projétil disparado por milícias Houthi do Iêmen feriu três crianças palestinas, segundo o Crescente Vermelho.
Teerã ativou suas defesas antiaéreas em várias regiões, incluindo Isfahan e Fordow, perto de Qom. A mídia estatal iraniana exibiu imagens de prédios residenciais destruídos e afirmou que quase 80 civis morreram nos ataques israelenses, com mais de 300 feridos.

Operação coordenada e apoio logístico
Fontes de segurança israelenses afirmam que agentes da Mossad operavam dentro do Irã antes do início dos bombardeios. Segundo as mesmas fontes, Israel teria estabelecido uma base de drones de ataque nos arredores de Teerã e promovido operações sigilosas contra o arsenal de mísseis estratégicos iranianos.
Ainda não há estimativas precisas sobre os danos à instalação nuclear de Natanz, considerada o principal polo de enriquecimento de urânio do país. O Irã mantém a narrativa de que seu programa nuclear tem fins exclusivamente civis, apesar de, segundo a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), estar em desacordo com o Tratado de Não-Proliferação.
Trump e negociações em xeque
O ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, declarou que as negociações entre Teerã e Washington, previstas para domingo, continuam na agenda, embora considere incerta sua realização. “Ainda dá tempo para um acordo. Eu tentei evitar a humilhação e a morte ao Irã”, afirmou Trump à Reuters. Em publicação na Truth Social, o ex-presidente foi categórico: “O Irã deve fazer um acordo, antes que não reste mais nada”.
Trump disse ainda que o governo americano estava ciente dos planos israelenses: “Nós sabíamos de tudo”.
Segundo a Reuters, o clima em Teerã é de tensão. Moradores relatam cenas de pânico, corridas aos bancos de câmbio e tentativas de deixar o país. Em pronunciamento transmitido pela TV estatal, o general Mohammad Pakpour, promovido para substituir Salami, prometeu vingança: “Os portões do inferno se abrirão para o regime infanticida”.
Lideranças iranianas classificaram o ataque como “covarde” e convocaram reunião de emergência no Conselho de Segurança da ONU. O aiatolá Ali Khamenei acusou Israel de iniciar a guerra e prometeu resposta “decisiva e proporcional”.
Posicionamento do Brasil
Em nota, o governo brasileiro por meio do Ministério das Relações Exteriores, o Itamaraty, diz que “expressa firme condenação e acompanha com forte preocupação a ofensiva aérea israelense”. Leia a nota:
“governo brasileiro expressa firme condenação e acompanha com forte preocupação a ofensiva aérea israelense lançada na última madrugada contra o Irã, em clara violação à soberania desse país e ao direito internacional.
Os ataques ameaçam mergulhar toda a região em conflito de ampla dimensão, com elevado risco para a paz, a segurança e a economia mundial.
O Brasil insta todas as partes envolvidas ao exercício da máxima contenção e exorta ao fim imediato das hostilidades.”