O Ministério das Relações Exteriores de Israel confirmou nesta quinta-feira (2) que os passageiros da Flotilha Global Sumud foram levados ao porto de Israel. Segundo o governo, cidadãos brasileiros como a vereadora de Campinas, Mariana Conti (PSOL-SP), e a ativista sueca Greta Thunberg, estão “seguros e em boas condições de saúde”. Segundo o governo, os detidos serão deportados para a Europa após chegarem em Israel.
A operação marítima, que resultou na interceptação de 39 embarcações, foi classificada pelas autoridades israelenses como uma “provocação do Hamas”, em referência ao bloqueio naval imposto à Faixa de Gaza.
“Nenhum dos iates provocadores do Hamas-Sumud conseguiu entrar em uma zona de combate ativa ou romper o bloqueio naval legal”, afirmou a chancelaria do país em publicação na rede X. Um último barco, que segue em alto-mar, também foi alvo de advertência. “Se se aproximar, sua tentativa de entrada será igualmente impedida”, declarou o ministério.
Entre os brasileiros detidos estão:
- Bruno Sperb Rocha
- Lisiane Penca Severo
- Magno de Carvalho Costa
- Mariana Conti Takahashi (vereadora de Campinas)
- Thiago Ávila
- Gabriela Tolotti
- Uma parlamentar federal
Missão humanitária sob cerco
A flotilha, formada por mais de 40 barcos e cerca de 500 civis, tem declarado caráter humanitário. Os integrantes transportavam água, comida e medicamentos com destino à população palestina, em meio à escalada do conflito em Gaza. Em nota, a organização da missão classificou a ação de Israel como um “sequestro ilegal”, alegando violação ao direito internacional: “Interceptar embarcações humanitárias em águas internacionais é um crime de guerra”.
Segundo a organização, os detidos foram impedidos de acessar assessoria jurídica, e o paradeiro de alguns passageiros permanecia indefinido no momento da divulgação.
O grupo exigiu que instituições internacionais e governos atuem imediatamente, afirmando que “o mundo testemunhou civis desarmados, carregando ajuda humanitária, serem alvo de intimidação e interceptação”.
Segundo a assessora de Mariana Conti, “Israel cometeu mais um crime, sequestrando os ativistas.”.
Posição do governo brasileiro
O Itamaraty informou que acompanha o caso de perto, está em contato com as autoridades israelenses e presta assistência consular aos nacionais (leia na íntegra). Em nota, o governo brasileiro expressou preocupação com a operação militar, defendeu o princípio da liberdade de navegação em águas internacionais e criticou a ação de Israel: “Põe em risco a integridade física de manifestantes em ação pacífica”.
O comunicado ainda responsabiliza Israel pela segurança dos detidos e reitera a exigência de levantamento imediato das restrições à entrada e distribuição de ajuda humanitária em Gaza. A Embaixada do Brasil em Tel Aviv segue atuando conforme a Convenção de Viena sobre Relações Consulares.