O aroma de pipoca no ar e uma saia confeccionada em casa compuseram o cenário ideal para Amanda Bizerra, de 18 anos, viralizar nas redes sociais. Ao VTV News, a estudante contou que quando estava dançando na festa junina de sua escola, em Santos, na Baixada Santista, não imaginava que o vídeo gravado por sua mãe, compartilhado sem pretensões, encantaria milhões de usuários na internet.
Amanda dança uma versão remixada de “O Xote das Meninas”, clássico crônico de Luiz Gonzaga (1912-1989), na filmagem. No entanto, o maior diferencial estava na coreografia, criada por ela e amigas para a quadrilha maluca – variação da tradicional quadrilha junina que inclui improvisos, músicas sobrepostas e passos criativos. Então, com quatro camadas de tecidos coloridos, ela fez história.
“Na nossa escola, as pessoas sempre gostaram das nossas coreografias e estavam com muita expectativa para nos ver. Teve um pessoal que comprou só para ver a nossa coreografia. Minhas amigas ficaram extremamente felizes com a repercussão e estão me incentivando muito”, disse Amanda à reportagem. Somente no TikTok, o vídeo possui 17,8 milhões de visualizações e mais de um milhão de curtidas.
@josy.bizerra ♬ som original – josy
Look icônico, música chiclete
A dança tomou forma entre maio e junho de 2024, quando Amanda e três amigas começaram a criar passos inspirados em coreografias virais. Elas se reuniam após as aulas para ensaiar combinações animadas e, sem dúvidas, icônicas. Com o tempo, mais colegas se juntaram e trouxeram o entusiasmo que faltava para enriquecer a apresentação.
“Meia comprida, não quer mais sapato baixo,
vestido bem cintado, não quer mais vestir timão”
O vídeo, de apenas 31 segundos, começou com essa letra no fundo. Os arranjos do xote rapidamente se misturam a elementos do funk, característicos das músicas MTG — sigla para “montagem”, que descreve a prática de unir diferentes canções com novos ritmos e efeitos sonoros. “Sonho: dançar igual ela”, comentou um seguidor entre as mais de 10 mil reações.
Além da coreografia, o figurino cuidadosamente produzido foi outro destaque. Amanda usava uma saia de quatro camadas confeccionada pela avó em apenas uma semana: tecidos xadrez e cetim azul escuro, decorados com babados de renda e fitas azul-claro. Um cinto de cetim com laço finalizava o visual no topo da saia (veja abaixo). A inspiração veio de um perfil no TikTok e custou menos de R$ 100.

Viral junino
Não é raro encontrar alguém com o desejo de viralizar, ou seja, chamar atenção nas redes e transformar engajamento digital em seguidores fiéis. Antes de se tornar conhecida como “a menina da saia azul”, Amanda e sua mãe, Josy Brito, de 51 anos, já produziam conteúdo juntas há cerca de um ano e adoravam gravar vídeos.
“[Minha mãe] postou no TikTok e no YouTube em junho do ano passado. Na época, o vídeo teve uma boa recepção, mas este ano ele voltou a explodir”, contou Amanda. A viralização ganhou força quando a influenciadora Letticia Aleixo, que Amanda seguia, mencionou o vídeo em suas redes.
A repercussão trouxe a coreografia de volta aos holofotes, inspirando alunos a recriar a dança em suas escolas. Como resultado, Amanda saltou de 3 mil para 42 mil seguidores no TikTok — com direito a fã-clube! Por outro lado, a mãe, Josy, já acumula mais de 55 mil seguidores.
Críticas, elogios e resultados
Nem tudo foi elogio, porém. Amanda admite ter enfrentado críticas. “Recebi comentários negativos que me abalaram, mas minha mãe sempre esteve ao meu lado, me apoiando”, desabafa. Para ela, o segredo foi focar no positivo. “A maioria gosta e me incentiva. Resolvi ignorar o que não faz bem e aproveitar essa fase”.
Além da diversão, a dança trouxe resultados financeiros. Graças à monetização das plataformas, as duas conseguiram tirar uma renda extra. “Já ganhamos R$ 800 em uma rede social e, em outra, estamos em processo para recebimento”. Contudo, ela mantém os pés no chão quando o assunto é investir nas redes sociais.
“Ela só quer, só pensa em namorar“
“Nós sempre tivemos vontade de viralizar, mas nunca aconteceu. Nós gostamos de criar coisas, dançar, mostrar a vida nas redes sociais… agora, as pessoas estão chamando o nome da Amanda no shopping e o Brasil todo está fazendo a dança dela”, observa a mãe.

Expectativa
Com o hit orgânico, Amanda foi convidada a ensinar a coreografia em uma aula de dança na última quarta-feira (17), em um espaço artístico de Santos. “Foi incrível! Gravei com minha mãe, e o pessoal começou a me incentivar a ser professora”, conta.
Mesmo com a rotina corrida como estudante do primeiro semestre de Publicidade e Propaganda e com o trabalho na área, Amanda mantém o objetivo de postar dois a três vídeos por dia.