Antônio sai de casa, em Praia Grande, na Baixada Santista, às 6h da manhã. Apesar do sol ainda estar escondido entre as nuvens, a sensação térmica já é intensa – um reflexo do calor que, embora ameno em relação à onda extrema do trimestre, continua presente. O Climatempo alerta para a possibilidade de chuva, mas o ‘bafo’ permanece.
Ao embarcar no transporte coletivo, ele tem a sorte de conseguir um lugar perto da porta dos fundos e se senta ao lado de Maria, com destino a Santos, a cerca de 18 km de distância. O ônibus é climatizado, o que alivia o desconforto, mas o alívio é temporário. Quando chegam ao Terminal, o calor volta a se intensificar, à medida que os raios solares se tornam mais fortes.
E, quando o ônibus intermunicipal chega, a realidade é outra: sem ar-condicionado, a temperatura dentro do coletivo sobe rapidamente. A cada curva no trajeto, a sensação térmica se eleva e, entre apertos com outros passageiros – trabalhadores, estudantes e até quem decidiu sair para um passeio matinal – o suor começa a escorrer. Com o calor aumentando, tentam se refrescar abanando-se com as mãos, mas não há o que fazer.
Antônio e Maria, embora fictícios, representam a rotina de 45 mil passageiros que dependem do transporte coletivo na região todos os dias. Esse número foi obtido pelo VTV News no último dia 5, com dados da Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos de São Paulo (EMTU), agora em processo de extinção sob o governo de Tarcísio de Freitas (Republicanos).
Para quem também enfrenta o calor no trajeto diário, confira algumas dicas para amenizar o desconforto e transpirar menos, de acordo com a dermatologista Beatriz Lima.
‘De que maneira o calor pode impactar nossa pele? Existe risco de desenvolver doenças?’
A exposição ao sol pode trazer tanto benefícios quanto prejuízos para a pele, dependendo do tempo e da intensidade da radiação solar. A radiação ultravioleta (UV), por exemplo, pode causar diversos danos.
“A curto prazo, ela pode causar queimaduras solares, que são lesões na pele. A longo prazo, a exposição prolongada sem proteção pode acelerar o envelhecimento da pele, causando rugas e manchas solares, além de aumentar o risco de câncer de pele, como o melanoma, o carcinoma basocelular e o carcinoma espinocelular”.
‘Quais são os efeitos do excesso de exposição aos raios solares no corpo?’
A exposição excessiva ao sol pode provocar sérios danos para o corpo. Isso inclui queimaduras solares, envelhecimento precoce e até desidratação. “O excesso de exposição aos raios solares pode causar queimaduras solares, que deixam a pele vermelha, dolorida e, em casos graves, com bolhas. Também pode resultar em envelhecimento precoce, já que o sol destrói o colágeno da pele, provocando rugas, flacidez e manchas”.
Além disso, o impacto não é apenas na pele. A radiação solar pode prejudicar outras partes do corpo, como os olhos. “A exposição prolongada ao sol também pode levar à desidratação, já que provoca a perda de líquidos e eletrólitos. Além disso, há um aumento no risco de câncer de pele, devido ao dano acumulado no DNA das células. O excesso de radiação também pode causar problemas nos olhos, como catarata e queimaduras na córnea”.
‘Qual é a quantidade ideal de exposição ao calor para obtermos a vitamina D sem riscos à saúde?’
A exposição ao sol é essencial para a produção de vitamina D, mas é preciso saber equilibrar o tempo para evitar danos. Geralmente, uma exposição moderada é suficiente para suprir as necessidades do corpo.
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“A quantidade ideal de exposição ao sol para produzir vitamina D varia de acordo com a cor da pele, a localização geográfica e a estação do ano. Geralmente, 10 a 30 minutos de exposição solar direta, de 2 a 3 vezes por semana, são suficientes para a produção adequada de vitamina D.”
É importante não exagerar na exposição, para garantir que a pele não sofra danos. “Durante esse período, é importante expor áreas como braços e pernas ao sol, sem protetor solar, mas não por tempo excessivo para evitar danos à pele. Pessoas com pele mais escura ou que vivem em locais com menos sol podem precisar de mais tempo de exposição”.
‘Quais são as melhores formas de proteção contra o calor intenso e a radiação solar?’
Proteger-se do sol é fundamental, especialmente nos horários de maior intensidade. A combinação de métodos é a maneira mais eficaz de evitar danos.
“As melhores formas de proteção contra o calor intenso e a radiação solar incluem o uso de protetor solar de amplo espectro, com FPS 30 ou superior, aplicando uma quantidade generosa na pele exposta. A reaplicação a cada 2 horas ou após nadar ou suar é essencial”.
Além disso, o uso de roupas adequadas e a escolha do horário são medidas que ajudam a minimizar os riscos. “Além do protetor solar, é importante usar roupas de proteção, como mangas longas, chapéus de abas largas e óculos de sol com proteção UV. Procurar sombra e evitar a exposição direta ao sol, especialmente entre 10h e 16h, também são precauções importantes para proteger a pele e o corpo”.
O suor
Por que suamos? – O suor é um mecanismo natural do corpo para regular a temperatura. Quando a temperatura aumenta ou realizamos esforço físico, as glândulas sudoríparas entram em ação, eliminando líquido e calor. Isso ajuda a manter o equilíbrio térmico e evita superaquecimento.
Quando o suor vira problema? – Embora seja essencial, o suor em excesso pode causar desconforto e até impactos emocionais. Na hiperidrose, condição em que há transpiração exagerada, situações simples, como escrever ou segurar objetos, tornam-se complicadas, gerando constrangimento social.
Como lidar com o excesso de suor? – O tratamento vai de desodorantes antitranspirantes a terapias com botox e laser. Em casos mais graves, pode ser necessário recorrer à cirurgia. Além disso, hábitos como usar roupas leves e evitar alimentos picantes ajudam a controlar a sudorese no dia a dia.