O psicólogo Rafael Ladenthin Menezes, de 39 anos, está sendo investigado pela Polícia Civil suspeito de abusar sexualmente de pacientes menores de idade durante as sessões de terapia em Valinhos. Em seu perfil na internet, Rafael se apresenta como especialista em psicoterapia para crianças e adolescentes.
O psicólogo teve a prisão temporária decretada no último dia 18 de julho pela 3ª Vara Judicial. Na época, o consultório do psicólogo foi alvo de mandado de busca e apreensão e também a quebra do sigilo telefônico e telemático do celular e notebook do suspeito.
O advogado de Rafael, João Paulo Sangion, disse que seu cliente se declara inocente e nega as acusações, a defesa informou ainda que ele “está comprometido com a ética profissional no exercício de sua profissão”.
“A prisão temporária se mostra inadequada e desnecessária, em razão de que todas as diligências do inquérito policial já foram realizadas, não se apresentando como razoável a manutenção da prisão”, afirmou a defesa do suspeito.
Investigação
Rafael atende em uma clínica no bairro Paiquere. O inquérito policial contra o psicólogo corre sob sigilo, porém o procedimento foi aberto no dia 11 de julho deste ano depois da família de um menor reportar os abusos durante sessões de terapia à polícia.
O caso é investigado como estupro de vulnerável, já que as vítimas eram menores de 14 anos. Ao menos sete crianças foram abusadas, porém cerca de 10 boletins de ocorrência já foram registrados contra ele, segundo as mães das crianças. As vítimas são meninos que frequentavam a terapia há mais tempo e que têm relatos semelhantes sobre a violência sofrida.
De acordo com o relato de uma das mães, o suspeito, durante as sessões, assistia à filmes com o filho dela que continham cenas de sexo explícito com classificação para maiores de 18 anos.
“Foi um impacto muito grande pra nós, porque esse tipo de filme não é apropriado, não tem absolutamente nada de terapêutico e ele tem apenas 13 anos. Ele ligava o ar-condicionado e eles ficavam debaixo da coberta, juntos, assistindo ao filme e ficava chupando os dedos do meu filho”.
A mãe de um adolescente de 13 anos relatou que registrou um boletim de ocorrência no dia 30 de julho, após saber que outras famílias haviam procurado a delegacia.
Outra mãe contou que foi procurada pela esposa do psicólogo logo depois dele ser preso. A mulher solicitou um documento em que a mãe atestasse a boa conduta do psicólogo.
“Eu dei porque nós tínhamos um vínculo emocional grande. Meu filho, teoricamente, não teria nunca trazido nada que pudesse ter incomodado”, disse. Somente algum tempo depois, começou a desconfiar que o filho também tinha sido uma vítima.
Prisão temporária
A prisão temporária de Rafael acabaria no último domingo (18/08), mas foi prorrogada por mais 30 dias, já que novas vítimas denunciaram o suspeito.
A defesa tentou revogar a decisão e teve os pedidos negados pela Justiça. O advogado do psicólogo alega que o investigado tem o direito de aguardar em liberdade pelos próximos passos.
Em nota, a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP), informou que o caso é investigado através de inquérito policial pela Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) de Valinhos e segue em sigilo por envolver menores de idade.