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Campinas confirma mais 6 mortes por dengue, incluindo bebê entre as vítimas

Os novos registros de mortes ocorreram entre 28 de março e 5 de junho

A Secretaria de Saúde de Campinas confirmou na tarde desta sexta-feira (23), mais seis mortes por dengue na cidade. Com isso, o total chega a 60 neste ano.

Os novos registros de mortes ocorreram entre 28 de março e 5 de junho. A Pasta lamenta e se solidariza com as famílias. O desfecho óbito depende de fatores como procura precoce por atendimento, manejo clínico adequado e fatores individuais do paciente, como possíveis doenças preexistentes. Não há relação direta com a oscilação de casos, embora o Município tenha registrado redução da transmissão da doença a partir da segunda quinzena de maio, por conta de baixas temperaturas, e estabilidade desde julho.

Assim como em todas as situações de casos registrados, medidas preconizadas foram desencadeadas nas regiões onde residiam as pessoas que morreram: controle de criadouros, busca ativa de pessoas sintomáticas e nebulização para combater o mosquito Aedes aegypti, vetor da doença. A Secretaria de Saúde confirmou 118.087 casos de dengue no período entre 1º de janeiro e segunda-feira (19).


Perfil dos óbitos

  • Sexo masculino, 31 anos, com comorbidades. Atendido na rede pública e morador da área de abrangência do CS Lisa. Ele teve início dos sintomas em 12 de março e o óbito ocorreu no dia 28 do mesmo mês.
  • Sexo masculino, 84 anos, com comorbidades. Atendido na rede pública e morador da área de abrangência do CS Lisa. Ele teve início dos sintomas em 27 de março e o óbito ocorreu em 15 de abril.
  • Sexo masculino, 91 anos, com comorbidades. Atendido na rede privada e morador da área de abrangência do CS Figueira. Ele teve início dos sintomas em 19 de maio e o óbito ocorreu no dia 31 do mesmo mês.
  • Sexo masculino, 78 anos, com comorbidades. Atendido na rede privada e morador da área de abrangência do CS Boa Vista. Ele teve início dos sintomas em 28 de abril e o óbito ocorreu em 4 de maio.
  • Sexo masculino, 4 meses, com comorbidades. Atendido na rede pública e morador da área de abrangência do CS Anchieta. Ele teve início dos sintomas em 2 de junho e o óbito ocorreu no dia 5 do mesmo mês.
  • Sexo feminino, 78 anos, com comorbidades. Atendida na rede privada e moradora da área de abrangência do CS Aurélia. Ela teve início dos sintomas em 23 de maio e o óbito ocorreu em 1º de junho.


Situação atual

A Secretaria de Saúde reitera o alerta feito desde 2023 com objetivo de sensibilizar a população para tentar reduzir casos e óbitos: a melhor forma de prevenção contra a dengue é eliminar qualquer acúmulo de água que possa servir de criadouro, principalmente em latas, pneus, pratos de plantas, lajes e calhas. É importante, ainda, vedar a caixa d’água e manter fechados vasos sanitários inutilizados. Os cuidados devem ser mantidos no inverno.

“Os ovos dos mosquitos podem resistir por meses no ambiente, reforçando a importância do descarte adequado de todo material em desuso que possa conter ovos e acumular água. Separe dez minutinhos por semana, isso faz toda a diferença”, ressaltou o coordenador do Programa de Arboviroses de Campinas, Fausto de Almeida Marinho Neto.

O Município declarou fim do estado de emergência para dengue em 14 de junho, mas ainda registra número elevado de casos para o período. Com isso, as medidas de prevenção e combate à dengue devem ser contínuas e realizadas o ano todo pela população, inclusive durante o inverno. O pico de transmissão da dengue neste ano foi entre os dias 7 e 13 de abril.


Contexto nacional

A epidemia de dengue é nacional e, neste ano, dois fatores contribuíram para aumento de casos em Campinas apesar da série de esforços da Administração para combater a doença e aprimorar a assistência em saúde: a circulação simultânea de três sorotipos do vírus pela primeira vez na história, e condições climáticas favoráveis para a proliferação do mosquito, principalmente por conta das sucessivas ondas de calor entre outubro e início de maio.


Assistência em saúde

A pessoa que tiver febre deve procurar um centro de saúde imediatamente para diagnóstico clínico. Portanto, a Saúde faz um apelo para que a população não banalize os sintomas e também não realize automedicação, o que pode comprometer a avaliação médica, tratamento e recuperação. Já quem estiver com suspeita de dengue ou doença confirmada e apresentar sinais de tontura, dor abdominal muito forte, vômitos repetidos, suor frio ou sangramentos deve buscar o quanto antes por auxílio em pronto-socorro ou em UPA.


O que já foi feito

Em 2023, um estudo da Secretaria de Saúde mostrou que a cidade viveria uma nova epidemia de dengue. Por isso, foram desencadeadas diversas medidas para o enfrentamento da doença. Muitas delas consideradas adicionais ao planejamento regular de prevenção e combate à dengue. O plano inclui Sala de Situação para análise sistemática, reorganização da rede municipal de saúde e novo site para divulgar informações.

Desde dezembro do ano passado foram reforçados os estoques dos principais insumos usados no tratamento da dengue para garantir o atendimento dos pacientes da rede municipal de saúde. A administração divulgou uma projeção de pelo menos 100 mil casos da doença em 2024.

Outra novidade é o uso de inteligência artificial para ampliar o monitoramento e assistência em saúde aos pacientes com dengue. Toda pessoa diagnosticada ou com suspeita da doença, após atendimento no SUS Municipal, recebe, via WhatsApp, mensagem disparada pelo chatbot que auxilia a Pasta a acompanhar as condições do paciente. Caso necessário, é feita nova orientação sobre busca por atendimento. Até 20 de agosto, 45.548 pacientes foram acompanhados. Do total, 15.282 foram reencaminhados aos serviços de saúde.

A Prefeitura criou ainda o Grupo de Resposta Unificada (GRU), que envolve todas as áreas com objetivo de agilizar respostas e fiscalizações para denúncias que tratam de criadouros.

Já a Secretaria de Serviços Públicos intensificou o trabalho de coleta de lixo e entulhos e, com isso, passou a recolher 4 mil toneladas a mais de resíduos urbanos por mês.

Durante o período de emergência, a Saúde abriu centros de saúde que não funcionavam aos finais de semana para ampliar o atendimento dos pacientes.


 

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