A Prefeitura de Campinas apresentou, na tarde desta quarta-feira (16), a gestão da arborização urbana da cidade, na Sala Azul do Paço Municipal. Campinas passou de sete para 20 equipes de arborização, em abril deste ano, com serviços novos e ampliação dos existentes. O destaque é a nova equipe, com 10 profissionais, para fazer exame de tomografia nas árvores. Este trabalho é pioneiro no município. O exame foi demonstrado em um jequitibá no jardim do Paço Municipal.
A apresentação foi feita pelo secretário de Serviços Públicos, Ernesto Paulella, e pelo professor Demóstenes Ferreira da Silva Filho, da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), responsável pela avaliação dos exames de tomografia.
“Temos de agir dentro das normas técnicas, dentro da ciência. Ninguém gosta de falar que uma árvore vai ser retirada. Porém, se tem um laudo de um profissional dizendo que tem risco de cair, é preciso retirar. A Secretaria de Serviços Públicos teve ampliação de sete para 20 equipes de arborização e a Secretaria de Educação, que usava a mesma estrutura, agora também tem equipes próprias para poda e extração de árvores e jardinagem nas escolas. A mudança climática já chegou e nós a estamos vivendo. Este é um passo importante que estamos tomando, é um avanço”, disse o prefeito Dário Saadi.
Segundo o secretário de Serviços Públicos, Ernesto Paulella, a gestão da arborização urbana é o planejamento, a implementação de metodologias e o manejo de árvores, que inclui a operação de poda, tratamento, e agora a inserção de tecnologias que a cidade ainda não tinha. “O destaque é a tomografia. É inovador, extremamente importante no processo de manejo de árvores porque ajuda a avaliar o risco de perda. Campinas é a primeira cidade no Brasil a ter esse tipo de tecnologia em contrato de árvore. Estamos empregando a ciência e a tecnologia para melhorar a gestão de arborização urbana”, explicou.
Outra novidade é a escalada, técnica para ser usada em situações de difícil acesso durante a manutenção das árvores. Também foram ampliadas as equipes para poda e extração, plantio e inventário das árvores.
Tomografia é o principal destaque
A tomografia melhora o diagnóstico da saúde da árvore porque a avalia por dentro, se ela está “oca”, por exemplo, alteração na estrutura, risco de queda e até mesmo para qual lado tende a cair. Até o momento, foram examinadas 17 árvores. A capacidade é de examinar até 10 árvores por mês.
A seleção das árvores para esse exame é feita pela equipe técnica da Secretaria de Serviços Públicos.
O professor Demóstenes Ferreira da Silva Filho, da Esalq, explicou o que foi observado e qual diagnóstico de algumas árvores que passaram pela tomografia e qual vai ser a indicação a cada caso: uma tipuana, da Praça Carlos Gomes, Centro; duas tipuanas, da rua Guilherme da Silva, Cambuí; e um flamboyant, na avenida Luís Smânio, Jardim Chapadão. O diagnóstico dos exames dessas árvores foi apresentado. A tipuana da Praça Carlos Gomes precisa apenas de poda, as duas tipuanas do Cambuí estão em boas condições e o flamboyant do Jardim Chapadão tem risco de queda e precisa ser extraído. “Pelo exame conseguimos ver se houve perda mecânica, quanto houve de perda, se está oca, por exemplo”, explicou o professor.
Escalada, outra novidade
Mais um novo serviço, fundamental para a arborização da cidade é a escalada. Agora há uma equipe, com 10 pessoas, para poda ou extração de escalada. Antes não tinha. A técnica permite poda ou extração em pontos onde não é possível acesso com caminhões guindastes. Os profissionais sobem nas árvores escalando em atividade similar ao rapel.
Ampliação de equipes
Outro destaque é a nova equipe para inventário das árvores. Agora são 14 profissionais, antes eram quatro. Até o momento, 60 mil árvores foram inventariadas. Campinas possui aproximadamente 800 mil árvores adultas.
Também foram ampliadas as equipes de plantio de árvores , de duas para quatro equipes, totalizando 60 funcionários. Está sendo feito plantio de 2 mil árvores nativas por mês na cidade.
As equipes para poda e extração ganharam reforço. O número foi de sete para 15. Com este aumento, agora são feitas 1.300 podas e 400 extrações por mês, de forma preventiva. Este número é 50% maior ao que era feito anteriormente.
Também foi aumentado de duas para quatro o número de equipes de plantio, com 60 pessoas. Por mês, estão sendo plantadas 2 mil árvores nativas.
“A gestão de arborização urbana entra agora no novo patamar porque avança no inventário que vai fazer um levantamento das árvores da cidade e incorpora as melhores técnicas científicas para trabalhar no diagnóstico e no plantio de árvores.”, considerou o secretário do Clima, Meio Ambiente e Sustentabilidade. Rogério Menezes.
Parceria com a CPFL
Desde o início deste ano, a Prefeitura e a CPFL têm parceria para a análise e extração de árvores que estejam, ao mesmo tempo, prejudicando a fiação aérea de energia e com a saúde comprometida. Até o momento, foram extraídas 253 árvores pela CPFL. Para cada extração, 25 árvores são doadas ao município para plantio.