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Passeata pede justiça por Ryan que morreu baleado em Santos

Testemunhas contestam versão policial

A cidade de Santos se prepara para uma manifestação pacífica na noite desta terça-feira (12), às 19h30, em busca de justiça pela morte do pequeno Ryan da Silva Andrade, de apenas 4 anos. O menino morreu durante um suposto confronto entre policiais e criminosos no Morro São Bento, em Santos, na última terça-feira (5).

O início está marcado em frente à creche Regina Altman, na Rua 8. A passeata seguirá até a Avenida São Fernando. A organização pede que os participantes utilizem camisetas brancas e que as crianças compareçam com o uniforme escolar.

Testemunhas contestam a Polícia

Segundo a Polícia Militar (PM), Ryan teria sido atingido por um disparo que, provavelmente, partiu da arma de um policial.

A versão oficial da PM, que alega legítima defesa, contrasta com relatos de testemunhas que afirmam não ter havido troca de tiros e que os policiais atiraram indiscriminadamente.

“Eu pedia pra eles pararem de atirar… Pelo amor de Deus, que tem criança aqui. Esse negócio de confronto não existe, não teve. Porque os primeiros dois tiros que eles deram, derrubaram os dois meninos. Então não teve confronto. Eles atiraram em direção à minha casa. Na minha casa, na parte que eu moro, não existe boca de tráfico. Não existe biqueira, não tem isso, gente”.

diz a mãe de um amigo de Ryan

A advogada da família, Letícia Giribello, questiona a versão policial e destaca a coincidência da morte de Ryan com a do pai, Leonel Andrade Santos, ocorrida há nove meses em um episódio similar. A família e a comunidade local exigem uma investigação rigorosa e transparente, buscando responsabilizar os culpados pela tragédia.

Eles viram dois meninos de moto, são dois adolescentes, um de 15 e um de 17 anos, que estavam trafegando sem capacete no morro. E a versão que chegou para nós foi exatamente essa, que começou uma perseguição por conta dos meninos estarem trafegando sem o capacete. Os meninos entraram na viela onde estavam as crianças brincando e aí começaram os tiros. Todas as pessoas que presenciaram afirmam que não houve troca de tiros, que o tiro partiu por parte da políciaNão foram encontrados nem entorpecentes, nem armas com esses adolescentes“.

Uma testemunha ocular, mãe de um amigo de Ryan, relatou que estava em casa quando ouviu os disparos e saiu para ver o que estava acontecendo. Ao chegar ao local, encontrou o menino baleado e os policiais atirando em direção à sua casa.

A versão da polícia

O Coronel Émerson Massera, chefe da comunicação social da PM, afirmou em coletiva de imprensa que a perícia irá investigar o caso para determinar a origem do disparo que matou Ryan. Ele defendeu a ação dos policiais, alegando que eles foram vítimas de um ataque de criminosos e que precisaram se defender.

De acordo com informações da PM, o confronto começou quando três viaturas da Rocam (Ronda Ostensiva com Apoio de Motocicletas) estavam pelo bairro e avistaram cerca de dez indivíduos que, ao perceberem a presença dos policiais, tentaram fugir para um ponto conhecido pelo tráfico na região.

Os agentes iniciaram as buscas pelos suspeitos a pé e, ao se aproximarem desse ponto de tráfico, foram recebidos a tiros. Por isso, segundo o registro da ocorrência, os policiais revidaram, dando início a um confronto.

De acordo com a corporação, durante a troca de tiros, os adolescentes foram alvejados. Um tinha 15 anos e o outro, 17. O mais velho foi encaminhado à UPA (Unidade de Pronto Atendimento) da Zona Noroeste, mas não resistiu e morreu. O outro permanece internado na Santa Casa de Santos sob escolta policial.

O registro policial não menciona o menino Ryan da Silva Andrade Santos, de 4 anos, que também foi baleado. De acordo com moradores, a criança estava brincando na frente da casa onde morava quando foi atingida na barriga. Ryan foi levado para a Santa Casa de Santos, mas não resistiu aos ferimentos e faleceu.

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