Fotos: Fernanda Sunega/Prefeitura de Campinas
Nesta quinta-feira (28), agentes da Prefeitura de Campinas realizaram a entrada forçada em imóveis abandonados ou fechados, com autorização judicial, para eliminar possíveis focos do mosquito Aedes aegypti, transmissor da doença.
A operação aconteceu em sete bairros da cidade: Centro, Vila Nogueira, Vila Pompéia, Jardim São Jorge, Jardim Cristina, Cidade Singer e Jardim Planalto de Viracopos. Com o apoio de chaveiros, as equipes acessaram os imóveis e localizaram cerca de 100 criadouros do mosquito.
De acordo com a Secretaria de Saúde, os proprietários dos imóveis foram notificados três vezes antes da intervenção. “Trata-se de imóveis evidentemente abandonados, com acúmulo de entulho que favorece a proliferação do mosquito”, afirmou a prefeitura em nota.
Dados preocupantes mostram que 75% dos focos de dengue estão localizados dentro de residências, mas em metade delas os agentes são impedidos de entrar devido à recusa ou ausência dos moradores. Até o momento, Campinas registra 120.622 casos confirmados de dengue e 84 mortes relacionadas à doença em 2024. Essa é a maior epidemia de dengue de história no município.
As ações de fiscalização reforçam a urgência no combate à dengue, enquanto o município segue orientando a população sobre a importância de eliminar recipientes que possam acumular água parada, principal foco de proliferação do Aedes aegypti.
Como foi a atividade?
Duas equipes deixaram o Paço às 8h30 para ir a imóveis alvo de denúncias sobre criadouros de dengue. O início das atividades foi acompanhado pelo prefeito Dário Saadi, que reforçou a importância do esforço conjunto do Poder Público e população para eliminar qualquer recipiente com água que possa favorecer a proliferação do mosquito, como latas, pneus, pratos de plantas, lajes e calhas. É importante, ainda, vedar a caixa d’água e manter fechados os ralos e vasos sanitários sem uso.
“É um esforço que a Prefeitura está fazendo, principalmente hoje, focando nos imóveis com maior risco de proliferação do mosquito da dengue. Nós vamos com drones para identificar, com o chaveiro para entrar em casas, mas é importante fazer um apelo à população. Uma vez por semana é olhar dentro das suas casas, das varandas, dos quintais, para ver se não tem água parada que pode servir de criadouro”, explicou o prefeito.
Participaram da atividade desta quinta-feira profissionais das secretarias de Saúde, de Serviços Públicos, de Urbanismo, do Clima, Meio Ambiente e Sustentabilidade, além de representantes da Defesa Civil, da Setec, do Procon e da Guarda Municipal.
“É mais uma ação que nós estamos fazendo em relação à complexidade que é diminuir o número de casos de dengue. Tomamos inúmeras ações dentro da cidade, muita gente trabalhando para evitar a dengue e para que não se repita [no próximo ano] o que aconteceu em 2024”, reforçou o secretário de Saúde de Campinas, Lair Zambon.
Foram usados dois drones para localizar grandes criadouros, como piscinas e caixas d’água em imóveis identificados como desocupados ou em situação de abandono. O trabalho teve ainda participação de um chaveiro para atuar em dois casos considerados excepcionais. A medida está respaldada em decisão judicial de 2020, proferida nos autos do processo judicial n.º 1005810-97.2014.8.26.0114, da 1ª Vara da Fazenda Pública de Campinas.