A informação de que os leitos de maternidade, a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Neonatal, o Centro de Parto Normal e o Banco de Leite do Hospital Guilherme Álvaro (HGA), em Santos, seriam fechados e realocados para São Vicente tem circulado desde terça-feira (3).
Essa proposta teria sido apresentada na reunião do Comitê Intergestores Regional (CIR), que reúne secretários de saúde das cidades da Baixada Santista e a diretoria do Departamento Regional de Saúde (DRS-4).
Para entender as possíveis mudanças, a equipe de reportagem da VTV, emissora afiliada do SBT na Baixada Santista, entrou em contato com o Hospital Guilherme Álvaro, a Secretaria de Estado da Saúde (SES) e as administrações municipais de Santos e São Vicente múltiplas vezes.
A seguir, entenda a cronologia dos boatos e o que foi informado por cada órgão ao longo da semana.
Afirmações iniciais
Na terça, os trabalhadores da ala materno-infantil do HGA foram informados pela direção que há intenção de encerrar as atividades no setor até julho de 2025, com planos de ampliar leitos e serviços em áreas como cardiologia e oncologia, conforme informações preliminares.
Então, a Secretaria de Estado da Saúde (SES) informou à VTV News, na quarta-feira (4), que o HGA estava estudando a ampliação dos atendimentos nas áreas de maior demanda regional, como doenças cardiovasculares e oncologia.
Em nota, a SES destacou que, assim como a assistência materno-infantil, essas áreas foram priorizadas no processo de ‘Regionalização da Saúde’, que envolve os nove municípios da Baixada Santista.
Essa reorganização estaria sendo discutida para garantir a ampliação dos serviços, com a inclusão das novas maternidades construídas recentemente na região.
O que disseram as Prefeituras?
Por sua vez, a Prefeitura de Santos, por meio da Secretaria de Saúde, esclareceu que ainda não havia recebido detalhes sobre possíveis mudanças na assistência materno-infantil do hospital.
Contudo, a pasta manifestou preocupação, alertando que o eventual fechamento de leitos na unidade poderia prejudicar o atendimento dos munícipes de Santos e de outras cidades da Baixada Santista.
A possibilidade de realocar o setor para São Vicente também gerou confusão. Nesta manhã (6) Secretaria da Saúde de São Vicente confirmou em nota que, na reunião ordinária do Comitê Intergestores Regional (CIR), o Estado apresentou a proposta para encerrar a assistência às gestantes de risco no HGA.
Ficou definido em comum acordo, segundo a Prefeitura, que novas reuniões serão realizadas no início de 2025 para alinhar a decisão, considerando a transição das gestões municipais e a relevância do tema. Até lá, não há previsão para o encerramento das atividades.
Afinal: o que acontece agora?
Questionada mais uma vez, a Secretaria de Estado da Saúde informou nesta sexta-feira (6) que não haverá fechamento de serviços materno-infantis no Hospital Guilherme Álvaro (HGA). Em nota, a pasta destacou que busca ampliar os atendimentos em áreas prioritárias na região, como doenças cardiovasculares, oncologia e assistência materno-infantil.
Também, hoje, o vereador eleito e médico infectologista do HGA há 33 anos, Marcos Caseiro (PT), anunciou que uma reunião será realizada na próxima segunda-feira (9) para “esclarecer o fechamento dos serviços essenciais na ala”.
O encontro, que contradiz a informação da SES, contará com a presença de médicos do hospital, secretários de saúde da região, representantes da saúde e políticos, além da diretora do HGA, Mônica Mazzurana, de acordo com o comunicado nas redes sociais.
Entramos em contato com o médico infectologista para mais detalhes sobre a reunião, mas ainda não obtivemos retorno até o fechamento desta edição.