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Agricultura sustentável e o mercado de carbono: oportunidades para o futuro

O setor agrícola desempenha um papel central no combate ao aquecimento global, adotando práticas regenerativas que capturam carbono no solo e geram benefícios ambientais e financeiros para produtores e empresas. O mercado de carbono na agricultura, ainda emergente, está transformando a maneira como o setor opera, integrando a sustentabilidade ao desenvolvimento econômico.

A sustentabilidade busca garantir que as necessidades atuais sejam atendidas sem comprometer os recursos para as futuras gerações. Nesse contexto, a redução das emissões de gases de efeito estufa (GEE) tem se tornado uma prioridade global, principalmente após o Acordo de Paris (COP21), no qual governos e empresas assumiram metas para mitigar o aquecimento global. O setor agrícola, tradicionalmente associado a emissões significativas de GEE, é parte fundamental dessa transição.

Cerca de 930 milhões de pessoas estão empregadas na agricultura, atividade que ocupa quase metade da superfície habitável do planeta. Apesar de ser uma grande emissora de carbono, a agricultura tem a capacidade única de sequestrar CO2 no solo por meio da fotossíntese. Práticas como o plantio direto, a rotação de culturas e a integração lavoura-pecuária são exemplos de como o setor pode transformar sua pegada ambiental.

Entretanto, essas práticas regenerativas ainda não são adotadas em larga escala. O principal desafio está nos riscos enfrentados pelo produtor rural, que lida com incertezas de preços, clima e logística. Adotar técnicas que podem aumentar a resiliência ambiental, mas que trazem benefícios a longo prazo, muitas vezes é um risco alto para os agricultores.

Para superar este obstáculo, é necessário criar mecanismos de incentivo que compartilhem os riscos da transição sustentável. Governos e linhas de crédito são importantes, mas o envolvimento de empresas e consumidores é essencial para financiar essa mudança. Assim, o mercado de carbono surge como uma solução promissora.

Por meio do mercado voluntário de carbono, empresas que emitem menos carbono do que o previsto podem vender créditos de carbono para aquelas que precisam compensar suas emissões. Cada crédito representa uma tonelada de CO2 evitada ou sequestrada e, na agricultura, esses créditos podem ser gerados a partir de práticas que sequestram carbono no solo. Empresas também podem incentivar os produtores pagando um prêmio pela adoção de práticas sustentáveis, criando um ciclo de incentivo financeiro.

Embora ainda existam desafios para medir com precisão os benefícios dessas práticas, avanços tecnológicos, como o uso de satélites e machine learning, já estão tornando essa tarefa mais viável. O mercado de carbono, portanto, pode ser uma ferramenta poderosa para alinhar o lucro com a preservação ambiental.

O produtor rural brasileiro, que já tem um histórico de adoção de práticas sustentáveis, pode se beneficiar enormemente dessa oportunidade. Com os incentivos adequados, ele se torna não apenas um guardião da terra, mas também um guardião do planeta, ajudando a construir um futuro mais verde e sustentável para todos.

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Elcio Ramos é jornalista e trabalha há mais de vinte anos com empresas e associações de classe do agronegócio. É diretor da Haka 360, consultoria especializada em estratégias de marketing e fundador da Newslink Comunicação, empresa especializada em comunicação e relacionamento empresarial.
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