O ex-boxeador José Adilson Rodrigues dos Santos, mais conhecido como Maguila, morreu, na tarde desta quinta-feira (24), aos 66 anos. O falecimento foi confirmado pela esposa do lutador, Irani Pinheiro, em entrevista ao programa Balanço Geral, da Record.
Maguila sofria com Encefalopatia Traumática Crônica (ETC), também conhecida como demência pugilística, e fazia tratamento paliativo para melhorar a longevidade e a qualidade de vida em uma clínica de Itu, no interior de São Paulo, onde estava internado desde 2017.
Relembre a carreira de Maguila
O ex-lutador boxeou profissionalmente entre 1983 e 2000. Ao todo, foram 85 lutas oficiais, com 77 vitórias, um empate técnico e apenas 7 derrotas — sendo 61 por nocaute. Entre suas principais lutas estão confrontos com George Foreman e Evander Holyfield.
Ao longo de sua carreira, Maguila colecionou títulos, o principal deles o de campeão mundial, em 1995, pela Federação Mundial de Boxe (WBF). Confira as principais conquistas:
- Campeão brasileiro;
- Campeão sul-americano;
- Campeão latino-americano;
- Pentacampeão continental;
- Campeão das Américas;
- Campão mundial pela WBF.
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“Demência pugilista”: entenda condição que afetava o boxeador Maguilla
* Do SBT News
O que é a demência pugilista?
A condição é caracterizada por um declínio cognitivo, alterações de comportamento e sinais de Doença de Parkinson, segundo um artigo publicado nos Arquivos da Clinica de Psiquiatria. Ela pode aparecer em esportes bastante contato, como o boxe, hockey e futebol americano, no qual os atletas apresentam concussões (lesões) repetitivas: os traumatismos cranioencefálicos (TCEs).
Na ETC, o cérebro, pelo acumulo da proteina TAU causado pelas lesões, passa por modificações anatômicas estruturais que desencadeiam os sinais e sintomas neuropsiquiátricos, podendo ser, inclusive, confundida com outros tipos de demências, entre elas a Doença de Alzheimer, explica um artigo publicado na Brazilian Jornal of Devolopment.
“Ela pode ser confundida com Parkinson e Alzheimer, mas geralmente não responde aos medicamentos utilizados para tratar o Parkinson, Geralmente essa resposta indica que se trata da condição”, explica Sekeff.
Diagnóstico e tratamento
Para o diagnóstico diferencial e precoce da condição, são indicados exames como biomarcadores e tomografia por emissão de pósitrons (PET/SCAN).
De acordo com o especialista, o prognóstico da doença costuma ser ruim e pode surgir anos depois da aposentadoria do paciente.
“Ela pode aparecer devagar, demonstrar lesões cerebrais e diminuição do campo cerebral, como o hipocampo e lobo frontal, e sem cura”, ressalta.
Dentre as outras complicações associadas estão imobilidade, pneumonia e as opções de tratamento são poucas: reabilitação física, medicamentos para quadro psiquiátrico (o que inclui o cannabidiol), além de alguns medicamentos para Alzheimer que podem frear os avanços dos danos cognitivos em alguns casos e terapia ocupacional.