A Autoridade Portuária de Santos (APS) combate a dengue com tecnologia e inteligência de dados no Porto de Santos com um sistema de armadilhas instaladas em 46 pontos estratégicos da área portuária permite mapear focos do mosquito Aedes Aegypti.
Devido a isso, a iniciativa, coordenada pela Gerência de Saúde e Segurança do Trabalho da APS, já registra resultados. Nas primeiras sete semanas de 2025, houve queda de 24% na quantidade de fêmeas adultas capturadas em relação ao mesmo período do ano anterior.
Com este objetivo, as armadilhas simulam um criadouro, atraindo as fêmeas para o seu interior. Ao tentar depositar ovos na parede do recipiente, o mosquito fica preso a uma fita adesiva.
Agentes de endemia terceirizados analisam os dispositivos semanalamente. Os dados coletados alimentam um painel interativo público, permitindo que qualquer cidadão acompanhe a evolução dos indicadores.
Porto combate dengue com monitoramento
O relatório online exibe o número de fêmeas capturadas em cada armadilha e utiliza um sistema de cores – verde, amarelo, laranja e vermelho – para facilitar a identificação dos pontos críticos. As informações orientam a intensificação de vistorias e ações de controle nas áreas afetadas.
Uma terceira tela do painel interativo revela o Índice Médio de Fêmeas Adultas (IMFA), indicador utilizado nacionalmente e calculado pela razão entre o número de fêmeas capturadas e a quantidade de armadilhas. O IMFA classifica em satisfatório (inferior a 0,15), moderado (0,15 a 0,30), alerta (0,30 a 0,60) e crítico (superior a 0,60).
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Sem atingir o nível crítico nas sete primeiras semanas epidemiológicas de 2025, o IMFA apresentou melhora em relação a 2024. Naquele ano, 92 fêmeas foram capturadas em igual período e o índice ultrapassou o patamar crítico na primeira semana de janeiro. Já nas sete semanas iniciais de 2025, 70 fêmeas foram identificadas.
Mas a sazonalidade da proliferação do Aedes recomenda cautela. Em 2024, a 12ª semana epidemiológica – entre os dias 17 e 23 de março – registrou a maior prevalência do mosquito na área portuária, com 55 fêmeas capturadas e um IMFA de 1,17, quase o dobro do índice considerado crítico.
Medidas permanentes no Porto de Santos
Além das armadilhas, a APS realiza ações de educação ambiental e adota medidas rotineiras de controle, como fiscalização em áreas não arrendadas, vistorias quinzenais, eliminação de criadouros e aplicação de larvicida em focos encontrados. O monitoramento das armadilhas auxilia na definição das áreas que necessitam de ações complementares.
Especialistas alertam para os riscos entre março e abril, quando temperaturas e chuvas favorecem a proliferação. A APS, responsável pelo controle e monitoramento de vetores e pragas urbanas nas áreas não arrendadas do porto, mantém alerta máximo no período.